sexta-feira, 21 de março de 2014

Contadora de Histórias = uma certa raposa caminhante


O amigo Fiacha não descansa enquanto eu não fizer um comentário sobre a minha, ainda muito curta, experiência como contadora de histórias. Ele quer que eu vos fale de como esta actividade encheu o meu mundo e como têm corrido as sessões que tenho feito.

Pois bem, como o corvo é insistente, aqui estou para vos falar um pouco de histórias e desse mundo fascinante que é a narração oral. (Aqui que ninguém nos ouve, só tenho a agradecer ao Corvo todo o apoio, divulgação e amizade nesta minha aventura, tem sido um apoiante fantástico).

O Rui Ramos já partilhou connosco, de uma forma extraordinária, o que é a narração oral, bem como toda a experiência que possui nesta área. O elo fortíssimo e mágico que existe entre o contador e o ouvinte e que ele tão bem consegue criar. 

As histórias, os contos sempre fizeram parte da minha vida desde que me lembro de ser gente. A minha mãe contava-me histórias quando era criança e elas faziam-me sonhar com mundos longínquos e ter amigos fantásticos. Infelizmente a minha mãe não gostava de fantasia, a realidade era um ponto-chave para ela e as suas histórias que à luz do dia eram reais, mas durante a noite, esvoaçavam pelo meu sonho transformando-se em pequenos seres míticos, florestas perdidas com árvores sussurrantes e quedas de água misteriosas. Aí, no mundo dos meus sonhos, eu era a que viajava, a que procurava novas aventuras para me divertir.

Mais tarde este gosto intensificou-se. E desde sempre me vi a ler histórias, contos de todos os “géneros e feitios”. Caminhei sempre entre os mundos, o real e o da fantasia. Procurei na natureza, a beleza dos velhos trilhos que percorria em criança, nos meus sonhos e encontrei-os.

Mais recentemente conheci os contadores, “seres” que surgiam em livros, em tempos antigos e muito na minha imaginação. O bichinho mordeu mais forte e um empurrão foi o suficiente para que me lançasse nesta aventura.

Após duas formações sobre narração oral, lancei-me a fazer a minha primeira sessão de contos nas vésperas do Natal, mais precisamente a 21 de Dezembro e como não podia deixar de ser as histórias eram sobre o Natal. 

Contei “Um conto de Natal” de Charles Dickens e “A Lenda da Rosa de Natal” da Selma Langerlöf. São duas histórias que escolhi porque têm a ver com a época em que estamos (uma sessão a três dias do Natal tinha mesmo de ser relacionada) e porque eu gosto do Natal e gosto muitíssimo destes dois escritores.

A primeira história, provavelmente já a conhecem: Mr. Scrooge e os fantasmas do natais passado, presente e futuro. (existem várias versões cinematográficas ).
A segunda fala da floresta de Goinge, Suécia, que se veste de gala na véspera de natal, transformando uma paisagem branca, cheia de neve, no mais belo jardim que existe à superfície do planeta. Selma Langerlof, para quem não saiba, é uma escritora sueca e foi a 1ª mulher a ganhar o Nobel da literatura, em 1909. Ela escreve muito sobre a região onde vive, misturando a tradição das lendas e contos populares com o fantástico, na pele dos pequenos seres que surgem nas florestas, gnomos, duendes e fantasmas entre outros.

No dia 21 de Fevereiro tive a minha segunda sessão de contos. Um pouco nervosa, pois ainda são muito recentes as minhas andanças neste mundo dos contos, lá fui até à GataFunho para contar quatro histórias, que achei serem representativas do tema: fantasia. 

Vou apresentar um pequeno resumo de cada uma das minhas escolhas, bem como um pequeno excerto das histórias.

O Estudante e o seu filho – Gene Wolfe

Para quem não conheça, Gene Wolfe é um escritor norte-americano que escreveu, entre outros “O Livro do Novo Sol”. Este é composto por cinco volumes, onde Severian, habitante de um mundo a que o autor apelidou de Urth (provavelmente uma distorção de Earth, a Terra), nos escreve a viagem que empreendeu desde a sua infância, um aprendiz de torturador, até ao seu derradeiro final.

Uma viagem que passa pelo conhecimento do seu mundo e consequentemente pela história do seu próprio planeta. É também, na minha opinião, uma viagem pessoal, à sua voz interior ou às mil vozes que o compõem. Quem é este homem, dono de uma memória infalível, como ele próprio tantas vezes afirma, é a questão que colocamos desde o início até ao fim de cada livro. 

Durante a sua viagem Severian fez-se acompanhar de um pequeno livro de capa castanha “O Livro de Urth” que é composto por um conjunto de pequenas história que ele vai lendo ao longo do caminho. É pois uma dessas histórias que escolhi para partilhar com o meu público.

“O Estudante e o seu filho” fala-nos de um estudante, que no final do seu treino para mágico, cria um filho de carne a partir da matéria dos sonhos. Este jovem, criado a partir dos sonhos, parte numa missão para salvar as donzelas, que foram aprisionadas por um ogre que vive numa ilha circundada por um imenso labirinto de canais e braços de mar. Neste pequeno resumo, parece uma história como tantas outras em que o herói parte para salvar a princesa às garras do Dragão. 

Mas é muito mais do que isso. A escrita de Wolfe é quase poética, cheia de significados e simbolismos, obriga-nos a uma leitura atenta. O percurso feito pelo jovem até ao seu destino está cheio de pequenas peripécias e de descrições de toda a envolvente. E o sonho, mais uma vez, sabemos que “comanda a vida”, e comanda toda esta história.


A Sombra - Hans Christian Andersen

Apesar de ser mais conhecido como escritor no campo da literatura infantil, Hans Christian Andersen destacou-se igualmente como escritor do conto fantástico no final do século XIX, do qual “A Sombra” constitui um bom exemplo pela subtileza e criatividade expressas neste conto.

O tema não era novidade, foram vários os contos que surgiram em que o Homem perdia a sua sombra e várias as interpretações que se davam a esta questão. Por um lado uns defendiam a sombra como sendo um reflexo da alma, logo perder a sombra era a perda da alma; outros porém defendiam que ela é a essência do ser humano, o “duplo” que cada um de nós possui. Alguns ainda defendiam que podia ser um desejo de estar junto da pessoa amada que levava à separação.

Mas Andersen cria uma Sombra que se emancipa, que vinga no mundo e prospera. O reencontro final não é o que esperamos, e o mundo não se compadece de quem defende os valores da beleza e da justiça.


Smith de Wootton Major – J.R.R. Tolkien

Este foi o último conto, do autor, a ser publicado (1967), antes da sua morte em 1973. 

Em Wootton Major é realizado um banquete de 24 em 24 anos, no qual o cozinheiro “municipal” tem de fazer um bolo para 24 crianças que são convidadas. Tem de ser um bolo único e especial. No meio da massa do bolo é colocada uma pequena estrela que alguma criança irá engolir sem dar conta. Uma estrela mágica que mudará a sua vida para sempre.

O tempo e espaço de “Smith de Wootton Major” são claramente os do conto de fadas. Aqui é possível viajar entre mundos, o dos humanos e o dos “Faërie”. Tolkien sempre se debateu contra aqueles que não acreditavam em fantasia e esta história pretende retratar esta questão. 

As fadas da teoria de Tolkien partilham com os Elfos os segredos sobre a natureza e o mundo há muito esquecidos pelo homem, eles são seres inteligentes, sensíveis e detentores de capacidades extra-sensoriais que remontam à formação do mundo e que lhes permitem viver numa harmonia cósmica inigualável.

Numa localidade onde só acreditam em fadas, as crianças e alguns adultos, surge a prova de que os “Faërie” realmente existem e Smith tem em seu poder o passaporte para esse mundo.


O Bicho-Papão – Dino Buzzati

A história começa com o engenheiro Roberto Paudi a chegar a casa e ver a ama do seu filho a deitá-lo e a dizer-lhe que, se não ficasse quieto, o bicho-papão apareceria. Indignado, ele repreende-a com estas superstições tolas e sem fundamento, capazes de provocar sérios danos na psique imatura do filho. É claro que houve quem não gostasse de ouvir esta reprimenda e nessa mesma noite, os sonhos do engenheiro Paudi, foram bem animados com a presença desse visitante que pode assumir as formas mais diversas e que foi apanhado pelo próprio, quando de manhã tentava sair sorrateiramente do quarto através da parede.

O que sucede a seguir é uma verdadeira caça ao Bicho-Papão, num mundo onde o poder público é tão abusivo ao ponto de tentar destruir o que é enigmático. 

Dino Buzzati escreve este conto onde o ponto fulcral é a morte da fantasia e da ternura, frente a um despotismo político.


Ontem Dia Internacional do Contador de Histórias, resolvi fazer uma pequena sessão no meu local de trabalho e após a autorização, convidei os colegas que quisessem para assistir. Foi muito bom porque estiveram todos (menos dois) presentes. Muito sinceramente, sei que uns foram porque gostam de uma boa história, outros provavelmente participaram por curiosidade (deixa ver como esta se safa! ).

Contei duas histórias, uma de Marina Colasanti “Com sua voz de mulher” e “A sombra” que já referi em cima.

A primeira história fala-nos de contadores de histórias, como surgiram e qual o seu papel entre nós, era adequada ao dia. (podem ver a história no meu blog ).

Ao final do dia ainda participei num encontro pequeno, mas fantástico, de contadores na Gatafunho (livraria onde faço as sessões) onde ouvi, contei e sobretudo aprendi imenso.

Se quiserem saber mais sobre as minhas "andanças" neste caminho de aventuras podem segui-las no meu blogue

38 comentários:

  1. Olá amiga Caminhante,

    Bem ainda bem que insisti, pois aqui está uma mensagem fantástica, escrita de uma forma mágica, a fazer lembrar a grande Guardiã tal a forma como está escrito :)

    Que mais posso dizer depois do que acabei de ler, sabes que admiro o vosso trabalho é necessário grande coragem e mesmo sabendo que nao vives de ser contadora de histórias, foi o gosto que te fez ir para a frente e sei que foi um enorme obstaculo que conseguiste ultrapassar, logo só podes ter a minha maior admiração :)

    Quanto ao ajudar, já me conheces, no que se trata de ajudar os amigos, só se não poder :D

    Quanto às tuas experiências já tinha lido apenas não sabia como tinha corrido no emprego, ontem mas pelo que percebo foi mais uma excelente iniciativa que só te vem trazer mais experiência :)

    Tenho mesmo que ler mais escritores que ai mencionas, em especial a Selma que deve ser algo fantástico, quanto ao Wolfe é sem duvida um llivro (na versão original) muito bom mas bem complexo e gostei desse livrinho, não me recordo agora dele, mas está interessante :D

    Já sabes que podes contar com o blog do corvo para divulgar algum evento que entendas de escrever mensagens destas (lá está ele ehehehe) que tenho a certeza serem uma mais valia e uma boa forma de divulgarem esta nobre profissão, muito obrigado pelo texto a serio e apenas te peço, na feira do livro a ver se juntamente com o RuiRamos fazem um espetaculo para nós :D

    Bjs e tudo de bom amiga

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Fiacha ^_^
      Foi de facto um obstáculo grande para mim, o ter de enfrentar o público para o agarrar com as minhas palavras, com as histórias que tinha ali nos bolsos para contar...
      mas tem sido muito bom e muito gratificante e vou caminhando em frente, de história em história, aprendendo, descobrindo e recebendo muito em troca. Ver o sorriso, espanto, tristeza, susto ou qualquer outro sentimento no rosto que se encontra à nossa frente, em reacção ao que contamos é mesmo o maior prémio :)

      obrigado pelo apoio amigo
      beijinhos

      Eliminar
    2. Penso que é necessário muito gosto e claro formação para uma pessoa se meter numa coisa destas, pois acaba por ser algo diferente do habitual, pois se formos a ver há muitas formas de se contar histórias, todos nos sabemos, mas a este nível é necessário já outro tipo de preparação sem duvida :)

      Penso que o estar a ser gratificante é o mais importante de tudo acredito que não seja fácil até porque uma coisa e termos um conjunto de pessoas à espera e levarmos as coisas devidamente preparadas outra coisa é ter que contar de improvisso e fazer com que o espetador começe a ouvir e a interessar-se pela história, diverente, mas acredito que a experiência ajude e ainda irás viver grandes momentos e receber muitos prémios (sorrisos ehehe)

      E nada a agradecer, ora essa ;)

      Eliminar
    3. Eu preparo as histórias, antes de as contar, no entanto é verdade que acabamos por as contar seguindo um fio condutor, mas improvisando no recheio desse mesmo fio. Daí que uma história contada por dois contadores diferentes, nunca é igual, tem sempre um cunho pessoal.
      :)

      Eliminar
    4. Se for com crianças, por mais que leves tudo preparado tens mesmo que improvisar não há volta a dar :D

      E já agora realçar o importante papel que o RuiRamos fez para que seguisses em frente, ele sim o grande catalizador :D

      Eliminar
  2. Olá amiga ^_^
    Belo tem sido este caminho de contadora e muito bem caminhado por si, que tem um grande e fantástico talento para criar e contar histórias ^_^ Tenho acompanhado as histórias que tem contado através do seu blog e alegrias contornam-me um sorriso já por si satisfeito. Mais um excelente post... :D
    Espero em breve estar presente numa sessão :)
    Muitas felicidades e sucessos para este caminho saboroso e desafiante..
    Beijinhos ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ois Carla,

      A ver se na feira do livro de Lisboa se proporciona finalmente o nosso encontro entre todos e a acontecer queremos um evento dedicados a nós eheehe

      bjs

      Eliminar
    2. Obrigada Carla, pelas tuas palavras e pelos votos de sucesso.
      teria imenso gosto em ver-te numa sessão minha :) e espero que um dia isso se concretize.
      beijinhos

      Eliminar
  3. Também a acompanho aqui e no seu blog Caminhante.
    Para não me repetir só a posso elogiar e dar-lhe os parabéns pelo seu dom.
    Felicidades

    Bjs para vós, Caminhante e Fiacha

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ois Clarinda,

      Uma forma diferente de se contar uma história, nem só os livros o fazem ehehe

      Bjs

      Eliminar
    2. Olá Clarinda, sei que me segues no meu blogue e agradeço-te :) bem como às palavras que me diriges.
      Tudo se constrói, os dons podem nascer connosco e por isso temos mais gostos por umas coisas do que por outras, mas temos sempre de aprender e reaprender e tornar a aprender toda a vida, só assim somos alguém, quer como profissionais no que gostamos quer como seres humanos.
      mas claro esta é a minha opinião :)
      beijinhos

      Eliminar
  4. Ola.

    Que bom terminar o dia a ler este texto.
    Parabéns pelo teu trabalho e obrigado por partilhares a tua experiência. É bom saber que ainda há muitos contadores de histórias. É um mundo que me fascina apesar de nunca ter assistido a nenhuma sessão. Fiquei mais atenta depois de ouvir um programa de rádio onde os convidados eram contadores e cantadores de historias. Eu senti-me tão feliz por estar a ouvir, tão encantada que senti vontade de sair de casa com a viola as costas e fazer uma sessão para os miúdos do infantário. Acho que é este tipo de emoções que as pessoas sentem ao ouvir-te. É uma arte que eu valorizo muito e acredito que sejas uma pessoa muito feliz. Para além de conheceres muitas histórias, cheias de ensinamentos, tão simples e de uma profundidade tão grande, tens o poder e a sabedoria de partilhar isso com os outros.
    Depois de ler o teu texto vou ter de procurar todas as histórias. Quero ler todas! Vou passar a seguir o teu blog também.

    Obrigado Raposa Caminhante, desejo muito sucesso.
    Obrigado Fiacha, por divulgares =)

    Beijo e bons contos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ois Catia,

      Bem se te entusiasma para que pegues na viola e cantes uma história (a musica é sem duvida uma excelente forma de contar histórias e não só :) ) então isso é prometedor, força com isso :)

      Fico contente que tenhas gostado, a raposa tem talentos ehehehe

      Bjs

      Eliminar
    2. Olá Cátia
      É muito bom "ouvir-te", e só posso dizer-te : pega mesmo nessa viola e vai por esse caminho fora contando, cantando e encantando.
      Muitos dos contadores utilizando a sua voz ou um instrumento musical para acompanhara as suas histórias. Eu, com muita pena minha não tenho vocações musicais, mas há outras formas :)
      Trabalhas num infantário, percebi bem ? então força a fazer sessões com os miúdos, contar com eles, e eles contarem contigo :)
      eu vou "contando" algumas histórias lá no blog, aparece és bem vinda
      beijinhos

      Eliminar
    3. Eu trabalho num restaurante. Mas tenho um filho que ja frequentou e agora está no ATL no mesmo espaço. Eu ja ajudei a animar as festas de natal e no ano passado estive la uma tarde a cantar com os pequeninos :). Eu tenho liberdade para um dia preparar algo e aparecer por la, mas ainda nao houve tempo. Também ainda tenho de arranjar inspiração e mais coragem.

      Beijos

      Eliminar
    4. é verdade que é preciso coragem, a não ser que enfrentar um público seja um dom especial dessa pessoa. Para mim tem sido o principal obstáculo, e confesso que custa sempre, mas o resultado é muito bom :)
      beijinhos

      Eliminar
  5. Olá Caminhante!
    Obrigada por partilhares a tua nova experiência connosco. Eu já tinha dido ao Rui Ramos acho que não é assim tão simples ser contador de histórias. Primeiro é preciso entender bem a mensagem da própria para depois por palavras a fazer-mos chegar ao ouvinte e o cativar-mos. Acho que não é fácil. Mas deve ser fascinante a empatia que se cria nesse momento. Ver as expressões do ouvinte. Tipo uns com sorrisos na cara outros com lágrimas nos outros etc.
    Nunca assisti a nada do género mas gostava imenso. Quando for a Portugal gostava muito de te ouvir. Seria um prazer. Acho que deves ter muito talento.
    Agora algo engraçado, a minha experiência de contadora de histórias é muito curta. Com uma plateia ainda mais curta. Resume-se a uma pequena criatura que é o meu filho. Rsrsrs...por vezes sou interrompida para responder a questões outras sou obrigada a apontar com o dedo porque ele quer saber onde vou a ler. Mas é muito bom quando o cativo e ele está atento. Não gosto nada quando estou a ler a minha própria leitura e ele quer que leia em voz alta. O que é algo sem graça alguma. Enfim!
    Desejo-te muita sorte e que tudo corra bem.
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Luisa :)
      Seria para mim um prazer ver-te ali na minha frente a ouvir o que tenho para contar, quem sabe :) mas ouvir o Rui Ramos é fantástico e se hoje dou estes passos neste caminho a ele o devo.
      Conta sempre histórias, ao teu filho, aos seus amigos, não interessa se o fazes muito bem ou não, pois o contares é extraordinariamente importante para ele. Estás a partilhar um momento com ele, um momento mágico e isso encherá o coração dele :)
      no fim é o que os contadores pretendem, é encher o coração dos outros dessa magia muito especial de que são feitas as histórias :)
      beijinhos

      Eliminar
  6. Devia de ser engraçado contar histórias ao Martim e amigos. Teria que ser em inglês. E eu tenho uma pronúncia um pouco forte (por mais que tente sempre me vão perguntar de onde sou). Portanto seria engraçado is miúdos com cara de caso a tentar desvendar o que eu estou a dizer.
    Ah e lembrei-me de um caso. Uma vez fui ler no infantário para os meninos. Oh meu deus! Transpirei tanto mas tanto. Nunca ne tinha acontecido. Mas não me safei mal porque as crianças estavam bem animadas e a rir sem parar (acho que não era da minha pronúncia).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :D já imaginaste, começar uma história a dizer que és um ser de uma terra distante e que a tua pronúncia seja um ponto a favor? joga com isso :D
      vais ver que eles vão pedir mais historias no final e o Martim vai ser o filho mais orgulhoso :)

      Eliminar
  7. Só espero um dia poder assistir a uma sessão de histórias contadas por ti no Porto. Assim será sinal que estás a chegar longe e finalmente terei o privilégio de te conhecer e de te ouvir :)

    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois é Nádia, quando um dia contar no Porto, espero ver-te lá para te conhecer, pois também terei muito gosto. Mas ainda são os primeiros passos e tenho muito caminho para trilhar.
      Tenho a sorte de ter alguém que confia em mim e me vai dando espaço para contar e poder aprefeiçoar (como diz o meu prof. um conto só sai bem à 7ª vez que se conta)
      Mas quem sabe o futuro e um dia encontrar-nos-emos
      beijinhos

      Eliminar
  8. Adoro ouvir contar histórias. Cresci a fazê-lo, até começar a contar as minhas próprias histórias. Tenho pena que na minha família seja dos poucos ainda a fazê-lo.

    Espero que um dia tenha a oportunidade de ouvir uma história tua. Tua e do Rui Ramos. Porque não um encontro de grupo? :P

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Carlos
      Porque não contas tu também? não só no papel, parece-me que deves ter bastante jeito :)
      um encontro de grupo era giro :) quem sabe um dia :P

      Eliminar
  9. Parabéns São, as vezes só falta mesmo um chato chatinho para nos dar um empurazinho :D

    Ainda não tive oportunidade de assistir à magia dos contadores em acção, mas espero um dia conseguir e que tu e o Rui Ramos sejam alguns dos que eu tenha o privilegio de ver.

    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá colega :)
      Obrigada
      .Não foi muito chato, nem chatinho, apenas apanhou o meu ponto fraco e soube empurrar no sentido certo :P penso que saibas quem foi que deu esse empurrão.
      há contadores fantásticos que tenho vindo a ouvir e a conhecer alguns deles, vale bem a pena ouvi-los, e não percas a oportunidade, se te surgir, de veres e ouvires o Rui , é muito bom :)
      (eu ainda estou no inicio e ainda tenho tanto a aprender... ainda me falta aquele desembaraço face ao público.
      mas obrigada pelo incentivo.
      Um abraço para ti também

      Eliminar
    2. Engraçado o Marco até tem jeito para isto viste caminhante ?

      *as vezes só falta mesmo um chato chatinho para nos dar um empurazinho :D *

      Sim senhor :D

      Eliminar
  10. Olá Caminhante e Fiacha,

    É pena que estas actividades não sejam mais publicitadas e estendidas por exemplo às escolas, pois só de ler as vossas palavras fico com vontade de assistir e dá-me a sensação que estou dentro do próprio texto.
    Desejo muito sucesso e que estas actividades se tornem mais divulgadas, pois antes do post do Rui Ramos não sabia da existência desta maravilhosa actividade.

    Beijocas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Angelina
      Pois há um mundinho de contadores por descobrir e há muitos que vão às escolas, nomeadamente o Rui e muito bem, pois ele tem muito jeito para lidar com os miúdos.
      Eu não o faço, pois esta não é a minha profissão nº1 e não tenho disponibilidade para fazer essas sessões em escolas, e também ainda estou no ínicio e não tenho experiência suficiente :)
      muito obrigada pelo teu incentivo e pelas tuas palavras :)

      Eliminar
    2. Ois Angelina,

      Por acaso é uma ideia excelente em vez de visitas de estudo para tanto lado volta e meia contratarem um contador de histórias para uma sessão ;)

      Por estes lados sempre que posso divulgo, acaba por ser diferente ;)

      Bjs

      Eliminar
  11. Oi Caminhante, parabéns pelo texto, muito bom, e fazendo com que o Blog do Fiacha fique ainda melhor. Continue nesse caminho, pois certamente será muito bem sucedida

    Abraços de sua fã brasileira!!!

    ResponderEliminar
  12. Olá caminhante,

    Todas as histórias que resumiste me pareceram interessantes e enigmáticas, ficando eu com especial curiosidade pela do autor J.R.R. Tolkien, cujos únicos livros que conheço são os que se debruçam sobre o mundo d'O Senhor dos Anéis. Agradeço esta revelação. (:

    Espero que continues na tua senda pelo mundo das histórias. É preciso muita coragem para captar e estimular a atenção dos que nos rodeiam.

    Beijinhos e desejos de boa sorte! *

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. olá Lady hélene
      Esta história e mais duas muito giras estão no livro "As aventuras de Tom Bombadil" do Tolkien, Vale bem a pena lê-lo. O ínicio são as aventuras de Tom Bombadil (personagem que entra no Sr. dos Anéis, mas só nos livros, lembraste?) e depois tem mais 3 histórias.
      muito obrigada pelo teu apoio e incentivo ^_^

      beijinhos

      Eliminar
  13. Olá Caminhante.

    Obrigada por nos contar a sua experiência enquanto contadora de histórias e por partilhar algumas dessas histórias connosco. :) Também nunca tive a possibilidade de assistir a uma sessão de contos, mas acredito que seja uma experiência fantástica, não só para nós leitores, como para os contadores. Espero ter um dia essa possibilidade. :)

    Beijinhos e boa sorte nesta sua jornada. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Rita
      Sem dúvida que para um contador/a há duas coisas que nos entusiasmam a contar, uma é o prazer que as próprias histórias nos dão: o escolher a história, o preparar e depois o contar (há quem viva muito da improvisação, eu tenho de preparar tudo muito bem) e outra é a reacção do publico, gostamos de ver no seu olhar, no seu sorriso que estão connosco e com as nossas palavras
      Deves ver, há várias sessões e vale muito a pena. Há contadores muitissimo bons :)
      beijinhos

      Eliminar
  14. Cara Caminhante,

    Quero expressar publicamente o orgulho que sinto por te ver a crescer como narradora oral.

    És uma mulher de coragem, pois as histórias que escolhes não são nada fáceis, pela sua extensão e pela sua exigência. Conseguires cativar o público durante tanto tempo, é obra. Acredito que dás conta do recado.

    Espero um dia poder assistir às tuas sessões e ser também encantado pelos teus contos.

    Abraço,

    Rui Ramos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Rui pelas tuas palavras que me enchem o coração :)
      Sabes bem que és em grande parte o grande incentivador por esta minha incursão no mundo da narração oral e só tenho a agradecer-te o facto de teres aberto as portas desse mundo fascinante.
      Assistirás um dia certamente e bem que espero esse dia, pois será importante para mim.
      Beijos

      Eliminar