quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"Últimos Ritos" de Hannah Kent




Sinopse:

Uma magnífica estreia literária baseada e inspirada numa história real: os últimos dias de uma jovem acusada de homicídio na Islândia em 1829.

Na agreste paisagem islandesa, Hannah Kent traz à luz dos nossos dias a história de Agnes que, acusada do brutal assassínio do seu anterior amo, é enviada para uma quinta isolada enquanto aguarda a sua hora final. Apavorados com a perspetiva de virem a albergar uma assassina, a família que a acolhe evita Agnes nas primeiras abordagens. Apenas Tóti, um padre designado para acompanhar Agnes nesta última caminhada e ser o seu guardião espiritual, procura compreendê-la. Mas assim que a data da morte de Agnes se avizinha, a mulher e filhas do lavrador descobrem que há uma segunda versão para a história brutal que ouviram. Fascinante e lírica, "Útimos Ritos" evoca uma existência dramática num tempo e espaço distantes, dirigindo-nos a enigmática pergunta: como pode uma mulher suportar a mágoa e a injustiça quando a sua vida depende das histórias contadas pelos outros?

Críticas:


"Eis uma voz original e nova, com um profundo e encantador sentido linguístico e de narrativa. O primeiro romance de Hannah Kent, Últimos Ritos, é uma verdadeira pedra preciosa, com a sua prosa tão resistente e cintilante como a paisagem escandinava."
– Geraldine Brooks, Vencedora do Prémio Pulitzer


Opinião:


Um livro excelente que resulta, não só, de uma brilhante pesquisa, mas também de um trabalho fantástico a nível das personagens. Com uma escrita cativante do princípio ao fim, este livro arrebata-nos até mesmo no final. Parabéns à editora pela aposta neste livro. 

Quanto ao enredo propriamente dito está tudo referido na sinopse, não posso dizer muito mais sobre o que o livro tem para oferecer, sem que com isso faça spoilers, daí que seja muito difícil comentá-lo. 

Toda a história gira em torno da personagem Agnes, nos seus últimos dias de vida e da família que a acolhe enquanto aguarda a sentença de morte. Uma personagem interessante e bem construída, um verdadeiro enigma, que conheceremos penetrando através da sua mente entendendo a sua perspetiva, os seus medos e a sua maneira de pensar e agir. Basicamente é uma personagem pela qual criamos desde logo empatia. Claro está que ao longo do livro, será vista como uma assassina, uma bruxa, mas será mesmo assim? Mas Agnes não será a única personagem atraente, longe disso há personagens secundárias muito interessantes e bem desenvolvidas.

 Funcionando bem como Romance Histórico, pois a forma como é descrita a sociedade em que a ação decorre está muito bem conseguida, é igualmente um bom Policial, pois muito gira em torno de um crime que vai sendo desvendado à medida que o livro avança. Acaba por ser um romance muito interessante e que está escrito de uma forma muito simples, fluída e que nos mostra uma sociedade injusta, como o ser humano e a sua justiça podem ser cruéis julgando uma pessoa sem sequer a ouvir.

Muito bem escrito, cruel mas igualmente comovente, um livro que nos relata um determinado período de forma muito bem conseguida, descrevendo quer as suas paisagens, quer o reflexo de uma sociedade, a forma como pensavam e viviam, mas sempre mantendo o leitor preso à narrativa e claro repleto personagens interessantes. 

Se querem conhecer um pouco melhor esse pais misterioso que é a Islândia, com as suas paisagens inóspitas, conhecer um pouco melhor a última pessoa que foi condenada à morte nesse pais, têm aqui um livro excelente que me deixou completamente satisfeito. Só o posso recomendar e esperar que tenha sucesso entre nós pois é muito bom, mais que recomendado.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Passatempo "O Deserto dos Tártaros" de Dino Buzzati



Viva,

Mais um passatempo, desta vez com o apoio da Marcador a um livro que foi recentemente comentado aqui no blogue.

Para participarem basta lerem o comentário ao livro disponibilizado aqui e responderem correctamente às perguntas abaixo indicadas:

- Qual o destino de Giovanni Drogo ?

- Quantas estrelas foram atribuídas pelo amigo Rui Ramos ?

Enviem as respostas para o mail paulodores123@gmail.com com o vosso nome de seguidor do blogue e respectiva morada.

- O passatempo decorre até dia 04 de março, sendo o vencedor contactado por mail, sendo anunciado aqui no blog.
- Só são aceites participações de Portugal (continente e ilhas).
- Só é aceite uma participação por pessoa. Participações duplicadas serão desqualificadas sem aviso.

Boa sorte a todos!

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Passatempo "Forças do Mercado" de Richard Morgan


Sinopse:

Uma visão negra, violenta e profundamente pessimista do futuro próximo. Quase que conseguimos ouvir Michael Moore a dizer ?eu bem vos avisei?.

Richard Morgan convida-nos a mergulhar num futuro tão horrendo quão certo de estar já ao virar da esquina. Com o povo definitivamente afastado dos centros de decisão e as grandes corporações a controlar o mundo, a globalização é brutal e não há separação entre as salas de reunião e o sangue nas ruas. Chris Faulkner é um executivo em ascensão no negócio dos Investimentos em Conflitos, onde as decisões são tomadas com duelos até à morte. A acção dá-se nas auto-estradas (vazias pois a populaça não tem dinheiro para gasolina), e os executivos, ao volante de carros artilhados, tentam atirar os rivais para fora da estrada. No início, Faulkner prefere deixar os adversários no hospital e não na morgue, mas cedo terá de repensar a sua filosofia. Agora que chegou ao topo da cadeia alimentar, a ambição só é comparável à crueldade. E com o seu casamento a ruir, a consciência a pesar e os amigos a reduzirem-se, o nosso herói parece destinado a transformar-se num monstro ou num corpo mutilado.



Viva,

Mais um passatempo, desta vez com o apoio da Milu Reis, um livro que ainda não li mas tenho a certeza ser uma excelente leitura.

Desta vez não temos perguntas para responder, apenas enviar um mail paulodores123@gmail.com com o vosso nome de seguidor do blog e respetiva morada.


- O passatempo decorre até dia 28 de fevereiro, sendo o vencedor contactado por mail, sendo anunciado aqui no blog.
- Só são aceites participações de Portugal (continente e ilhas).
- Só é aceite uma participação por pessoa. Participações duplicadas serão desqualificadas sem aviso.


Boa sorte a todos!

Vencedor do passatempo "Contagem Decrescente" de Bruno Franco




Olá!

É com muito gosto que venho informar que já há vencedor do passatempo que esteve a decorrer até ontem aqui no blogue. Muito obrigada a todos os que participaram e continuem a seguir, porque, em breve, haverá mais!


O vencedor foi: NIDIA CARDOSO


Muitos parabéns!


Obrigada a todos e em especial à Editora Chiado, que tornou o passatempo realidade :).

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati




Sinopse (copiada do Goodreads):

Uma das obras-primas da literatura mundial, vencedora do Prémio Strega, que originou um filme de culto.

Giovanni Drogo, recém-nomeado oficial, aproxima-se do seu destino, a fortaleza Bastiani, com um indefinível pressentimento de que algo na sua vida o conduz a uma total solidão. A fortaleza, enorme, amarela, situada nos limites do deserto, outrora reino dos míticos Tártaros, acolhe-o na sua misteriosa imponência. Dentro desta, o tenente Drogo é contaminado pelo clima heroico de avidez de glória que parece petrificar, numa espera perene, oficiais e soldados. Aguardando todos o dia em que os inimigos virão do Norte...


Opinião:

A primeira vez que soube que O deserto dos Tártaros existia foi numa livraria quando peguei noutro livro de Dino Buzzati: Os sete mensageiros. Na contra-capa, fazia menção ao Deserto dos Tártaros como sendo a obra mais famosa do autor. Fiquei logo curioso. Só o título desperta numerosas possibilidades. Mas o livro não estava disponível, por isso, contentei-me com os Sete Mensageiros que é um excelente livro de contos. Li-o com um desejo crescente de ler o Deserto dos Tártaros. 

Passei vários meses à sua procura nas diferentes livrarias e não o encontrava, até que por fim, apanhei-o numa edição da Europa-América com a capa do filme e fiquei desta forma a saber que o livro foi adaptado ao cinema há uns anitos largos atrás.

Confesso que não é a melhor das capas nem a edição que pretendia (queria a edição da cavalo de ferro) mas a vontade de o ler era tão grande que não quis adiar mais. Passados alguns dias descubro noutras livrarias as edições da Marcador e da Cavalo de Ferro à venda. É sempre assim, quando queremos algo nunca há, quando já temos aparecem aos pacotes e em várias versões e edições e todas com melhor aspecto.

Mas tudo isso não passa de ruído que fica lá fora. Estava finalmente a sós com a minha edição do Deserto dos Tártaros. Não sabia nada acerca do seu conteúdo. Apenas sabia que tinha 200 páginas e trinta capítulos de mistério à minha frente para desvendar.

Confesso que levar à partida tanta expectativa para um livro acaba sempre por resultar em desilusão ou frustração, por isso, desliguei a minha imaginação galopante e mergulhei naquelas páginas disposto a aceitar aquilo que o autor tinha para partilhar.

E o que tinha para partilhar ainda hoje permanece comigo, após vários livros depois de o ter lido.
Este livro é acima de tudo uma metáfora escrita; o que lemos tem várias camadas de informação, a fortaleza pode não ser apenas uma fortaleza assim como os inimigos do norte. Tudo ali pode ter um significado duplo e isso agrada-me bastante, pois a história não é apenas sobre o jovem oficial que é destacado para uma fortaleza no fim do mundo, é também sobre cada um de nós: seres humanos.

Para além disso, a história é descrita num constante sentimento de tensão quase onírica, a tocar ao de leve o pesadelo. Não um pesadelo de monstros e sustos, mas daqueles pesadelos em que nos sentimos encurralados e impotentes que por mais que tentemos escapar, não conseguimos. Um pouco como nas obras de Kafka.

Mas não quero adiantar muito mais, pois iria estragar a leitura. Se me dissessem sobre o que era antes de ter começado, provavelmente, não o iria ler, pois o que o livro ensina já todos nós sabemos, mesmo que instintivamente, até mesmo a personagem do livro o sabia, contudo, isso não o ajudou. E felizmente existem personagens como esta para tropeçarem por nós e nos mostrarem como é o caminho mais à frente, dando-nos tempo de nos redimir e mudar de rumo. E isto é um excelente exemplo do que a Boa Literatura pode fazer pela nossa evolução como seres humanos.

Concluindo, é um bom clássico que merece ser lido por todos. 

Em 5, dou-lhe umas brilhantes 4 estrelas.

Vencedor passatempo "Últimos Ritos" de Hannah Kent



Olá!


É com muito gosto que venho informar que já há vencedor do passatempo que esteve a decorrer até ontem aqui no blogue. Muito obrigada a todos os que participaram e continuem a seguir, porque, em breve, haverá mais! 


O vencedor foi: VANDA SILVA


Muitos parabéns! 


Obrigada a todos e em especial à Saída de Emergência, que tornou o passatempo realidade :).

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Inferno nos Açores de Clive Cussler (SDE)




Sinopse:

Um cargueiro japonês cruza o Atlântico oriental perto dos Açores quando irrompe em chamas. Um bando de piratas avança para se aproveitar da catástrofe, mas o seu barco explode. Que se passará? Qual a relação com o rapto de um cientista de topo nas ruas de Genebra? Com a deserção de um russo misterioso ocorrida sessenta anos antes? Com a descoberta de um extraordinário cemitério submarino de navios e aviões dispersos sobre o fundo marinho?

Quando Austin, Zavala e o resto da equipa iniciam a investigação, veem-se arrastados para as ambições mirabolantes de um ditador africano, para a criação de uma arma com capacidade destrutiva quase mítica e para um plano de audácia inimaginável para chantagear as principais potências mundiais. O castigo pela recusa? A destruição das maiores cidades do planeta. Começando por Washington, D.C.... Repleto de suspense intenso e da criatividade quase ilimitada que são exclusivas de Cussler, Inferno nos Açores é um dos livros mais emocionantes do grande mestre da aventura.




Opinião:


Já há muito que tinha vontade de ler um livro deste escritor. Por um lado percebi que tem uma vasta legião de leitores, por outro é um escritor com imensos livros publicados pela editora, logo sinónimo que está a vender bem.

Uma leitura agradável, não fiquei completamente rendido, mas que ainda assim foi uma boa aposta, deu para variar, pois é acima de tudo um livro repleto de aventuras, com um ritmo de acontecimentos sempre alto. A ação passa-se em diversos locais, passando inclusivamente pelos Açores.

Se ao suspense intenso juntarmos bons conhecimentos científicos, devidamente explorados, bons conhecimentos marítimos, bem com uma criatividade invejável, sem duvida que se percebe o porquê deste escritor ser considerado um dos grandes nomes deste género literário.

Ainda tenho o livro "Ouro Azul" do mesmo autor por ler e conto fazê-lo, pois quero perceber se o escritor tem um estilo próprio, utilizando sempre a mesma fórmula nos seus livros ou tem criatividade e apresenta outro tipo de enredo, variando um pouco. Penso que sim, mesmo que tenha uma base na forma como chega ao final de cada livro, deve variar com mestria de livro para livro.

A nível de enredo é um escritor que não engana, apresentando uma escrita fluída e repleta de ação. As personagens não me encheram as medidas, houve mesmo momentos de grande suspense em que algumas delas se salvam de uma forma forçada, quanto a mim, por exemplo salvas no último segundo ou então situações em que o mundo é salvo, mesmo em contagem já decrescente.

Mas resumidamente não deixa de ser um livro repleto de aventuras com um enredo muito bem desenvolvido.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Passatempo Contagem Decrescente de Bruno Franco



Sinopse

31 de Dezembro. Passagem de ano.

Rodrigo Tavares, um proeminente detective da Polícia Judiciária, encontra-se em Almada para assistir ao espectáculo pirotécnico quando recebe um telefonema que muda a sua vida por completo, levando-o a perceber que tinha chegado o momento que tanto temera: a concretização de uma ameaça homicida proferida pelo assassino que mais lhe custara capturar no passado.

Rodrigo tem até dia 15 de Janeiro para deter o assassino, ou as consequências serão devastadoras. E não apenas para si.

Quando o detective observa a forma excruciante e desumana como a primeira vítima fora assassinada, percebe a importância e a seriedade do que está a acontecer, e é então que começa a corrida contra o tempo.

O que começa por ser uma caça ao homem transforma-se rapidamente em algo muito maior e aterrorizador. Ao mergulhar num mundo de trevas e muitas dúvidas, medo e desespero, Rodrigo receia o futuro como nunca antes o fizera.


Viva,

Mais um passatempo, desta vez com o apoio da Chiado Editora a um livro que tenho lido rasgados elogios, não li mas conto ler em março.

Para participarem basta lerem a Sinopse disponibilizado e responderem corretamente à pergunta abaixo indicada:

- Qual a profissão de Rodrigo Tavares ?

Enviem a resposta para o mail paulodores123@gmail.com com o vosso nome de seguidor do blog e respetiva morada.

- O passatempo decorre até dia 20 de fevereiro, sendo o vencedor contactado por mail, sendo anunciado aqui no blog.
- Só são aceites participações de Portugal (continente e ilhas).
- Só é aceite uma participação por pessoa. Participações duplicadas serão desqualificadas sem aviso.

Boa sorte a todos!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O Verdadeiro Dr. Fausto de Michael Swanwick



Sinopse
A lenda diz que Fausto vendeu a alma ao Diabo em troca de conhecimento ilimitado. Nesta brilhante subversão do mito faustiano por Michael Swanwick, Fausto está em guerra com Deus por ocultar dos humanos o sentido da vida, e deixa-se tentar pelo demónio sedutor que lhe oferece os segredos do voo e do cosmos, os princípios da economia e engenharia, os mistérios da medicina e do átomo.
Assim se inicia a transição de Fausto de louco a salvador, ao acelerar o progresso humano e precipitar uma nova era de mecanização centenas de anos antes do seu tempo. Mas é então que surge Margaret Reinhardt, e o amor monta uma armadilha a Fausto. Conseguirá o seu amor por Margaret sobreviver incólume à brutalidade e ganância de um mundo que caminha rapidamente para o caos… ou algo pior?
 
 
Um pouco de história….
O Dr. Fausto é uma personagem que virou lenda no mundo literário. Desde há muitos séculos que tem vindo a povoar as páginas de vários escritores.  “Pensa-se” que ele terá “nascido” na Alemanha, mais precisamente em  Würtemberg, entre 1480 e 1500 e que depois de anos de vida errante terá morrido em Breisgau.
Já muito se falava sobre Fausto, quando em 1587, Johann Spiess, escreveu a primeira narrativa sobre a sua vida “Historia von dr. Johann Fausten”. Num volume de 227 páginas o escritor apresentava ao mundo o homem que vendia a alma ao Diabo em troca de bens terrestres e da vivência de extraordinárias aventuras.
Pouco tempo depois, Christopher Marlowe, escritor e dramaturgo inglês, apresenta Fausto numa peça de teatro “A Trágica História do Dr. Fausto”, onde tenta, segundo alguns comentadores, retractar o novo espirito do homem da época, dividido entre a religiosidade medieval e o humanismo renascentista.
Fausto surge como o homem cansado da obscuridade cientifica da época medieval, e quando encontra Mefistófeles, o demónio, não hesita em assinar um pacto com ele. Neste, Fausto está disposto a trocar a sua alma pelos desejos e conhecimento. Mefistófeles não entende a mente humana, mas aceita devolver-lhe a juventude, o conhecimento e mesmo  o amor através da doce Gretchen.
No entanto foi pelas palavras de Goethe que a tragédia de Fausto ficou internacionalmente conhecida. Este escritor dedicou-lhe grande parte da sua vida, mas só algum tempo após a sua morte é que o esboço “Urfaust” foi publicado, mais precisamente em 1887.
A lenda sobre a sua vida e o seu pacto demoníaco terá inspirado várias gerações, atingindo o seu auge no período romântico.
Muitos escritores perceberam que Fausto era um manancial para explorar temas mais profundos e filosóficos da literatura e muitos escreveram sobre os seus dilemas imateriais.  Não vou aqui debruçar-me sobre todos eles, apenas destaco Doktor Faustus” de Thomas Mann, publicado em 1947, em que o autor centra a sua obra sobre a discórdia do espírito, da mente e da vida real,


Opinião…
Pois bem, já me alonguei um pouco, mas achei curioso partilhar convosco este pequeno texto histórico - Fausto através dos tempos. Mais do que uma mera personagem de uma lenda alemã ele encarnou durante cinco séculos as dúvidas existenciais do ser humano, o bem e o mal, o valor do divino, a busca da verdade que existe desde os princípios dos tempos.
 
Michael Swanwick, rendido à personagem, presenteia-nos com um Fausto insatisfeito, que logo de início se questiona sobre o conhecimento que almejara e que de momento nada significa, não o convence. Queima praticamente todos os seus livros, sendo salvo pelo seu fiel discípulo Wagner, é considerado como louco pelos seus conterrâneos e durante um ataque de febre que o deixa completamente inconsciente, ele recebe a ajuda que tanto almejara.
Alguém oferece-lhe uma visão inesquecível sobre o universo e um inesgotável conhecimento. Finalmente a alma sedenta de Fausto encontra um reflexo naqueles seres que o abordam, aceitando um pacto com eles. No entanto, em qualquer pacto há sempre o outro lado e quando questionados sobre o que pretendem em troca, é-lhe mostrada uma visão horrenda  do fim da humanidade, da destruição da raça humana provocada pelo próprio ser humano.
O conhecimento que lhe vai sendo transmitido, tem um propósito bem definido, é que este seja aplicado no desenvolvimento massivo de armamento, de material bélico, que possa conduzir ao fim desejado por aqueles que visitam Fausto, a destruição da raça humana, raça insignificante perante a vastidão do Universo.
Ao despertar da sua doença, Fausto começa uma nova vida, e como prometido é-lhe transmitido o conhecimento que lhe permite desenvolver novas teorias e conceitos da física e da matemática, inovando a tecnologia e provocando uma verdadeira revolução industrial em pleno século XV.
Desde sempre as dúvidas existenciais contrabalançam com a sede de conhecimento. Quem ganhará esta luta interna de Fausto? Não vos vou dizer como é óbvio….

Muito bem escrito, Swanwick leva-nos através do tempo, pela Europa fustigada de crenças religiosas e castradoras.  Numa linguagem clara, muito longe, na minha opinião é claro, dos outros Faustos literários que foram surgindo, o autor foca de igual forma as questões de bem e do mal.

Até onde a crença no divino atrofia o desenvolvimento científico, ou mesmo nos responsabiliza pelas andanças dos demónios interiores? 
As personagens estão bem desenvolvidas, sendo que todo o livro desenvolve-se à volta de Fausto, Wagner e o inseparável Mefistófeles. Margaret ganha um papel de destaque para o final, revelando uma verdadeira lutadora pela emancipação feminina.

Apenas quero referir que uma verdadeira revolução industrial e tecnológica em pleno século XV conduziria a situações ( a meu ver é claro)  verdadeiramente catastróficas. O autor apresenta com muita ligeireza esta situação, a própria igreja tem um papel muito passivo, e este é para mim o ponto menos conseguido na obra.

Podem encontrar este comentário no meu blogue folhas do mundo


A Caminhante

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Próxima leitura ?





 


Olá,

Não me querem ajudar a escolher a próxima leitura ? 

Estes serão as minhas próximas leituras, mas não sei por qual deles começar e sendo dois da Marcador e dois da SDE, fico com um bom dilema por resolver, sugestões são bem vindas :D

Ainda assim penso que devia dar prioridade às novidades, mas vou sempre ler um de cada, isto é se começar por um da SDE, o seguinte será da Marcador, mas isto é a minha ideia :)

Digam de vossa justiça :)



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Passatempo "Ultimos Ritos" de Hannah Kent




Viva mais um passatempo, desta vez com o apoio da SDE a um livro que promete sem duvida, pois foi bastante premiado.

Para participarem basta lerem o excerto disponibilizado aqui e responderem corretamente à pergunta abaixo indicada:

- Lauga Jónsdóttir é irmã mais nova de quem ?

Enviem a resposta para o mail paulodores123@gmail.com com o vosso nome de seguidor do blog.

- O passatempo decorre até dia 18 de fevereiro, sendo o vencedor contactado por mail, sendo anunciado aqui no blog.
- Só são aceites participações de Portugal (continente e ilhas).
- Só é aceite uma participação por pessoa. Participações duplicadas serão desqualificadas sem aviso.

Boa sorte a todos!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Diário de uma Obsessão de Claire Kendal (SDE)


Sinopse:

Os fãs de Gone Girl irão arrepiar-se com este thriller sobre poder e perseguição.

 

Clarissa está cada vez mais assustada com o seu colega Rafe. Ele não a deixa em paz e recusa-se a aceitar “não” como resposta. Está sempre presente.

Ser convocada para ser jurada é um alívio. A sala do tribunal é um abrigo seguro, um lugar onde Rafe não pode estar. Mas à medida que uma narrativa de rapto e violação se desenrola, Clarissa começa a ver paralelismos entre a sua situação e a da jovem na barra das testemunhas. Se quer sobreviver, Clarissa terá que expor o seu perseguidor. Ao desenredar o macabro e perverso conto de fadas que Rafe teceu em torno deles, descobre que o final que ele visiona é mais aterrador do que ela poderia alguma vez imaginar. Mas como é que alguém pode proteger-se de um inimigo que mais ninguém consegue ver? 


Opinião:

Continuo com a minha aposta, bem conseguida por sinal, de sair da minha zona de conforto e ler livros diferentes do que estou habituado, e este foi mais uma agradável surpresa, sem dúvida.

Mais um livro que me passaria ao lado se não tivesse visto um simples comentário no FB,de uma pessoa amiga, que o considerou como o melhor livro lido em 2014. É claro que me despertou a curiosidade e não perdi a oportunidade.

O enredo não é demasiado complexo, a sinopse resume bem o que o livro tem para oferecer. Clarissa, a protagonista do livro, acaba por ser perseguida por Rafe, uma personagem muito intrigante, poderoso, astuto e que, desde logo se percebe que irá causar suspense ao longo de todo o livro. Quanto mais avançamos no enredo mais as ações de Rafe se vão tornando assustadoras para com a nossa protagonista.

Um livro sombrio, negro, perturbador, com personagens complexas e bem desenvolvidas, sendo impossível ficarmos indiferentes à protagonista principal.
É claramente um livro que levanta uma questão muito importante em termos sociais. O facto de as vitimas terem a clareza de denunciar este tipo de casos é determinante, pois são muitas as mortes causadas nestas circunstâncias.

Falar mais do livro poderia correr o risco de revelar pormenores importantes, pelo que não o vou fazer. Apenas posso referir que o final acabou por ser algo previsível, mas ainda assim acabei por ter uma bela surpresa com a forma como tudo fica encerrado. Existem pequenos pormenores que ficam sem resposta, mas o essencial do enredo fica devidamente "encerrado".

Não foi um livro que me arrebatou, mas ainda assim um livro que gostei bastante de ler e claro que recomendo, vale bem a pena.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

"Últimos Ritos" de Hannah Kent (Divulgação SDE)




Uma magnífica estreia literária baseada e inspirada numa história real: os últimos dias de uma jovem acusada de homicídio na Islândia em 1829.


Na agreste paisagem islandesa, Hannah Kent traz à luz dos nossos dias a história de Agnes que, acusada do brutal assassínio do seu anterior amo, é enviada para uma quinta isolada enquanto aguarda a sua hora final. Apavorados com a perspetiva de virem a albergar uma assassina, a família que a acolhe evita Agnes nas primeiras abordagens. Apenas Tóti, um padre designado para acompanhar Agnes nesta última caminhada e ser o seu guardião espiritual, procura compreendê-la. Mas assim que a data da morte de Agnes se avizinha, a mulher e filhas do lavrador descobrem que há uma segunda versão para a história brutal que ouviram. Fascinante e lírica, "Útimos Ritos" evoca uma existência dramática num tempo e espaço distantes, dirigindo-nos a enigmática pergunta: como pode uma mulher suportar a mágoa e a injustiça quando a sua vida depende das histórias contadas pelos outros?

Críticas:

"Eis uma voz original e nova, com um profundo e encantador sentido linguístico e de narrativa. O primeiro romance de Hannah Kent, Últimos Ritos, é uma verdadeira pedra preciosa, com a sua prosa tão resistente e cintilante como a paisagem escandinava."
– Geraldine Brooks, Vencedora do Prémio Pulitzer


Ou me engano muito ou temos mais um grande livro publicado pela Editora, se poder vou ler :)

Que vos pareçe ?

Quem quiser pode ler um excerto do livro aqui

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Renascer das Chamas de Susana Almeida



Sinopse:

É na Festa da Colheita que os caminhos de Cecília e Laerte se cruzam pela primeira vez. Ao contrário de todas as outras raparigas, Cecília não exibe um vestido bonito, ou prende os cabelos num penteado elegante.

Escondida no escuro de um beco, ela observa a festa como uma criança deslumbrada. Mas Cecília não está só, um homem mais velho acompanha-a. 

Curioso com o motivo que fez Cecília pedir-lhe ajuda no final da festa, Laerte procura informações sobre o homem que a acompanhava. Informações que acabarão por lhe revelar um segredo que mudará a sua vida. 

Perseguidos, Laerte e Cecília lutam para sobreviver, enfrentando os perigos que surgem no seu caminho. Conseguirão eles chegar sãos e salvos ao seu destino?



Opinião da Flávia Mendes:

Não estava nada à espera do que este livro relata. Estava à espera de um romance “água com açúcar”. Nunca imaginei a bela histórica que me esperava.

Sim, é um romance, mas não um muito normal. No início, vemos um homem jovem, atraente e bondoso (Laerte). Por outro lado, temos uma Cecília tímida e amedrontada mas, ao mesmo tempo, corajosa o suficiente para tentar escapar. 

Cecília é uma escrava tanto sexual como doméstica. Esta jovem adolescente é uma cativa de um tirano violento e sem piedade nem senso comum, conhecido pela alcunha “O Viúvo”. 

A partir do momento em que a jovem é resgatada por Laerte, ela torna-se numa rapariga um pouco destemida e feroz. 

Laerte e Cecília acabam por se apaixonarem lentamente, até se poderá dizer, sem mesmo saberem. Acabam por estabelecer uma excelente relação de amizade e amor, onde um sente a necessidade de proteger o outro. 

Esta obra toca na malícia humana e no quanto um ser humano pode ser repugnante e egocêntrico. Contudo, temos Laerte que, após o pedido desesperado de Cecília, percorre um longo itinerário para tentar descobrir o que se passa e o porquê daquele pedido. 

A escrita de Susana de Almeida é intrigante, fluída e de fácil compreensão.

Em suma, “Renascer das Chamas” é uma mistura de mirabolantes reviravoltas, onde só resta uma pergunta: há continuação?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Vencedor do passatempo "O Cavalheiro Inglês" de Carla M. Soares



E já temos vencedor do passatempo do livro "O Cavalheiro Inglês" de Carla M. Soares que foi a Carla Pisco, parabéns à vencedora ao qual já enviei mail. 

Agradeço a todos os que participaram, não desanimem que poderá haver novas oportunidades em breve.

Agradeço ainda à Editora Marcador o ter-me proporcionado esta oportunidade.