terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A Revolução da mulher das pevides" de Isabel Ricardo


Sinopse


Os exércitos de Napoleão ocupavam Portugal. Uma mulher, armada apenas da sua beleza e argúcia, vai despoletar a revolução para os expulsar 


Perante os canhões e as balas dos exércitos franceses, Ana Luzindra só tinha uma arma: a sua beleza. Mas a beleza também pode ser mortal.

A Revolução da Mulher das Pevides transporta-nos para os anos de terror das invasões francesas. A morte e a crueldade marchavam lado a lado com os exércitos veteranos de Napoleão. E enquanto a Família Real fugia para o Brasil, o povo ficava para suportar todo o tipo de humilhações.
Na vila da Nazaré, Ana Luzindra é parteira de profissão e uma mulher simples. Para fazer frente aos canhões e balas dos franceses só tem uma arma: a sua estonteante beleza. Atraindo-os, um a um, para a morte na calada da noite, a jovem inspira toda uma comunidade e pegar em pedras e paus para expulsar os invasores.
A Revolução da Mulher das Pevides, expressão da Nazaré que significa “algo insignificante”, foi tudo menos isso: pelo sobressalto que pregou aos franceses, e pela posterior vingança desproporcionada que estes praticaram sobre a Nazaré, acabou por ser um dos momentos mais importantes da invasão, e inspiraria o longo e árduo caminho dos portugueses e aliados até à derradeira vitória sobre as tropas do temível Napoleão.

Opinião:

Bem, antes de mais queria referir que nesta segunda quinzena do mês de Dezembro, deu-me uma preguiça imensa, no que a leituras diz respeito (não sei se vos acontece o mesmo volta e meia) o que fez com que me tenha atrasado na participação da leitura conjunta, pelo que desde já tenho de pedir desculpas à escritora e claro agradecer-lhe a sua participação, sempre uma mais valia para todos.

O livro veio confirmar todas as qualidades que já tinha encontrado no livro "O último conjurado". Um trabalho de investigação sério e bem desenvolvido, com diferentes pontos de vista, com diversas personagens que foram reais, apresentando uma escrita fluída, onde podemos encontrar momentos de nos fazer rir e momentos de muita crueldade.

Gostei de um modo geral das personagens, foram bem construídas e desenvolvidas sendo a minha preferida o Rodrigo. Por outro lado apreciei bastante a forma como a escritora encerra este primeiro volume, já lia a continuação.

Deu-me imenso prazer ver as referências e a abordagem que a escritora efetuou sobre o povo da Nazaré, pois como vivo ali perto sem duvida que me identifiquei com a linguagem utilizada, tal como o facto de muita da ação se passar em locais por onde costumo passar com regularidade, como a Roliça ou mesmo O Sitio na Nazaré onde se come um belo peixinho.

Um livro que funciona bem como romance histórico, mas acima de tudo acaba por ser uma espécie de homenagem que a escritora faz a tanta gente que lutou pela liberdade de Portugal, com coragem, determinação, humildade. passando imensos sacrifícios mas que é um povo que acabou por merecer o respeito dos seus invasores, nunca se deixando subjugar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"Um Homem sem Passado" de Peter May


Sinopse:

Um cadáver não identificado é recuperado de um campo na ilha de Lewis. Quando os testes de ADN indicam um parentesco entre o cadáver recuperado da turfa e o pai de Marsaili, a paixão de infância de Fin, este vê o seu regresso assumir contornos mais turbulentos do que aquilo que inicialmente esperava. Tormod Macdonald, agora um homem idoso preso nas garras da demência, sempre afirmou ser filho único, sem família próxima. Como Fin acabará por descobrir, é uma mentira que Tormod manteve por uma boa razão. 

Opinião:



Agora que vamos chegando ao final do ano e vamos pensando qual o melhor livro que lemos de cada editora acabamos sempre por ser surpreendidos com a mais recente leitura e este podia sem duvida ser escolhido como o melhor livro que li da Editora Marcador, pois estamos na presença de mais um excelente policial.

Uma coisa e certa este é o escritor que mais me surpreendeu na editora, pois já tinha adorado o seu primeiro livro "Casa Negra" mas este ainda me consegue surpreender mais pois a história está muito consistente, não temos aqui grandes acontecimentos, tipo fantásticos ou fora do normal, aqui a história faz-me, em certa medida, lembrar mais uma aranha que vai tecendo a sua teia e nos vai deixando presos à medida que vamos avançando com a leitura do livro, muito interessante e bem conseguido a forma como o livro foi estruturado, planeado com personagens muito consistentes e bem desenvolvidas e que nos cativam já desde o livro anterior, mas também as novas que nos são apresentadas.

Não queria estar a desenvolver muito mais a trama, mas posso dizer que é um dos melhores policiais que li até hoje, e sem duvida que fará as delicias para quem gosta deste género literário, a não perder pois estamos na presença de mais um livro de muita qualidade.

Vale sempre a pena variar um pouco as nossas leituras e aqui está mais uma prova em como fiz bem apostar noutros géneros literários, só espero que a Editora não demore muito a publicar o livro seguinte.