quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A Ilha de Entrada de Peter May


Sinopse:

O detetive Sime Mackenzie não olhou para trás ao entrar a bordo do pequeno avião no aeródromo St. Hubert, em Montreal. Para Sime, a viagem de 1300 quilómetros que tinha pela frente era uma oportunidade de fugir aos braços amargos da solidão e da mágoa que abarcavam a sua vida na cidade. Integrado numa equipa de oito investigadores, Sime viaja com destino ao golfo St. Lawrence. Com apenas dois quilómetros de largura e três de comprimento, Entry Island tem uma população de pouco mais de 130 pessoas e o habitante mais rico acabou de ser assassinado na sua própria casa.A investigação parece não ser mais do que uma mera formalidade. Todas as provas apontam para um crime passional e a mulher da vítima é considerada a assassina vingativa. Mas, para Sime, a investigação fica virada do avesso quando se vê frente a frente com a principal suspeita e se convence de que a conhece - embora nunca se tenham encontrado antes. Assombrado por esta certeza, as suas noites são inundadas por sonhos de um passado distante, numa ilha da Escócia, a quase 5000 quilómetros de distância. Nestes sonhos, a viúva da vítima tem um papel principal no desfecho. A certeza de Sime torna-se uma obsessão e, apesar das provas incriminatórias, ele dá por si convencido da inocência da mulher.

O resultado é um profundo conflito entre o dever profissional que Sime tem de cumprir e o destino pessoal que o espera.


Opinião:

Mais um grande livro deste escritor, que caminha a passos largos para se tornar o meu favorito a nível de policiais, uma agradável surpresa pois pensei que se tratava da continuação dos livros anteriores do escritor (A Casa Negra e Um Homem sem Passado) e fui bem surpreendido.

Quanto ao livro, repito o que já tinha dito em relação ao último livro que li do Peter May, a história está muito consistente, não temos aqui grandes acontecimentos, tipo fantásticos ou fora do normal, aqui a história faz-me, em certa medida, lembrar mais uma aranha que vai tecendo a sua teia e nos vai deixando presos à medida que vamos avançando com a leitura do livro, muito interessante e bem conseguido a forma como o livro foi estruturado, planeado com personagens muito consistentes e bem desenvolvidas.

Um livro que apresenta dois tempos de ação e que ambos me agradaram muito, serviu para aprofundar mais as personagens, bem como a parte histórica estar muito real, bem desenvolvida e que nos cativa, sem duvida que foi uma mais valia para o enredo.

Não queria estar a desenvolver muito mais a trama, mas posso dizer que é um dos melhores policiais que li até hoje, e sem duvida que fará as delicias para quem gosta deste género literário, a não perder pois estamos na presença de mais um livro de muita qualidade.

Vale sempre a pena variar um pouco as nossas leituras e aqui está mais uma prova em como fiz bem apostar noutros géneros literários, só espero que a Editora continue a publicar mais livros do Peter May.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

"As Pedras Élficas de Shannara" de Terry Brooks


Sinopse:


Uma das sagas de fantasia mais populares de sempre, agora uma série épica na MTV 

Milhares de anos depois da destruição do mundo tal como o conhecemos, uma nova lei impera sobre o mundo: a da magia. No entanto, avizinha-se uma ameaça terrível: uma horda de demónios impiedosos começa a trazer a morte e a destruição sobre todos os povos.
Apenas Wil Ohmsford, último herdeiro da linhagem de Shannara, detém o poder para proteger a princesa Amberle numa demanda impossível para salvar o mundo. Mas quando o próprio Ceifador lidera as hostes negras para os capturar, será Wil capaz de controlar a magia das misteriosas Pedras Élficas de Shannara?


Opinião: 


Tudo o que comentei no primeiro volume do livro se aplica a este segundo, um livro de fantasia, mais virada para o público juvenil que sinceramente não gostei, pois considero-o um livro muito simples e acima de tudo uma cópia do Senhor dos Anéis do Tolkien. 

Fico algo triste quando vejo que esta Editora, que muito bem apostou em escritores como Scott Lynch, Robin Hobb, Dan Simmons, Guy Gavriel Gay (isto só para referir alguns), deixou de os publicar e de serem uma aposta válida e em contrapartida publica esta saga que a nível de qualidade fica a anos-luz dos escritores referidos. 

Será esta saga uma boa aposta? Só as vendas o dirão, mas acredito que seria muito melhor apostar em escritores de qualidade como os acima referidos, pelo que percebi já nem Brandon Sanderson será publicado por cá após a conclusão da saga Mistborn. 

Posso dizer que é um livro que deixa em aberto a possibilidade de melhorar, quer no enredo quer nas personagens (não houve uma que me cativasse embora reconheça que algumas tem potencial), tem uma escrita simples e que em certos momentos acaba por nos cativar, mas houve muita coisa que para mim falhou. 

Ainda assim gostei mais dos vilões mas que não trouxeram nada de especial ao enredo, todos acabaram por ser derrotados e de forma que não me agradou minimamente, como referi as personagens não cativam, não tem complexidade, o enredo não é em nada criativo, a escrita é simples e não apresenta originalidade, enfim podia apontar aqui muita situação mas prefiro não o fazer para não deixar nenhum spoiler. Depois de tantas demandas tudo termina de forma abrupta e com um final cor de rosa esperava mais, embora tenha sido encerrado um ciclo e um novo deverá surgir.

Para quem nunca leu muita fantasia, este até pode ser uma boa aposta, mas ser interessante é muito diferente de ter qualidade, conto ler os livros seguintes até para ver se melhora.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

"O Cavaleiro da Morte", 2º volume da saga Saxónica de Bernard Cornwell



Sinopse:

Uma poderosa história de traição, romance e luta numa Inglaterra cheia de convulsões, sublevações e glória


Uthred, criado como viking e casado com uma saxã, é visto como um guerreiro formidável. Contudo, aos vinte anos, continua a ser um pagão arrogante e teimoso, e um aliado pouco confortável para o sensato e pio rei Alfredo. Mas os dois, juntamente com a família de Alfredo e uns poucos companheiros de Uthred, parecem ser tudo o que resta da liderança do Wessex depois de uma trégua desastrosa.

Derrotados em toda a linha pelos vikings, os saxões procuram agora sobreviver entre os seus seguidores e fazer crescer a sua força. Uthred continua a acalentar a ideia de se juntar aos vitoriosos vikings, mas ganha um crescente respeito pela liderança de Alfredo. A única esperança do rei é de conseguir o apoio do guerreiro, se quiser reunir de novo uma força saxã capaz de entrar em combate com o inimigo…


Opinião:

Hoje não tenho a menor dúvida, em afirmar que a Editora Saída de Emergência publica grandes Romances Históricos e que, na minha opinião, não são devidamente divulgados pela Editora, mesmo sendo um género em que esta aposta bastante. 

Podia falar de imensos casos, mas indico a série Asteca onde nos é contada a ascensão e queda desse grandioso Império, As aventuras de Flashman, um cobarde com mais sorte que alguém possa imaginar e Os Leões de Al Rassan, onde o cenário se situa durante o período da invasão Árabe à Península Ibérica, como alguns dos exemplos de grandes obras publicadas pela Editora, neste género literário.

E não há a menor duvida que Bernard Cornwell é um dos grandes nomes neste género literário, é um escritor muito consistente, apresentando um ritmo de escrita mais moderado quando tem de efetuar um enquadramento do enredo, explicar de forma gradual o que está em jogo e mesmo aprofundar o carácter das personagens. Por outro lado imprime um ritmo forte quando tem que de o fazer, em especial quando descreve, aquilo que não vejo ninguém fazer igual, a descrição de combates.

Adorei voltar a esta saga em especial porque nos é apresentada um naipe de personagens muito interessantes, uma que nos trás momentos de alguma magia, outras que se tornam grandes amigas de Utherd e há ainda imensos diálogos muito enriquecedores entre esta personagem e o Rei Alfredo.

Não quero estar aqui a desenvolver muito para não efetuar spoilers, mas este livro apresenta-nos personagens muito bem desenvolvidas, intrigas politicas, questões de honra, traições, tudo ingredientes bem desenvolvidos a que se junta uma escrita cativante, com momentos que nos deixam empolgados. Em resumo um enredo complexo e bem desenvolvido.

Que venha urgentemente o seguinte "Os Senhores do Norte", pois acredito que o melhor ainda está para chegar.