quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Rainha Vermelha de Victoria Aveyard (divulgação SDE)



Sinopse:

A sua morte está sempre ao virar da esquina, mas neste perigoso jogo, a única certeza é a traição num palácio cheio de intrigas. Será que o poder de Mare a salva... ou condena? 

O mundo de Mare, uma rapariga de dezassete anos, divide-se pelo sangue: os plebeus de sangue vermelho e a elite de sangue prateado, dotados de capacidades sobrenaturais. Mare faz parte da plebe, os Vermelhos, sobrevivendo como ladra numa aldeia pobre, até que o destino a atraiçoa na própria corte Prateada. Perante o rei, os príncipes e nobres, Mare descobre que tem um poder impensável, somente acessível aos Prateados. 

Para não avivar os ânimos e desencadear revoltas, o rei força-a a desempenhar o papel de uma princesa Prateada perdida pelo destino, prometendo-a como noiva a um dos seus filhos. À medida que Mare vai mergulhando no mundo inacessível dos Prateados, arrisca tudo e usa a sua nova posição para auxiliar a Guarda Escarlate – uma rebelião dos Vermelhos – mesmo que o seu coração dite um rumo diferente.


Viva,
Como sabem não sou muito de fazer divulgações, mas o meu coração vermelho (SLB) não resistiu a divulgar este livro, até porque me parece ser interessante, se tiver oportunidade vou ler.

Disponível a partir de 25/09/2015, caso queiram ler um excerto do livro podem ler aqui

O Médico de Córdova de Herbert Le Porrier



Sinopse:

Em Córdova, na Andaluzia, o turista ainda hoje pode ver o busto em bronze de uma personagem de rosto emaciado e olhar de águia: a inscrição diz-nos que se trata de Moisés Maimónides, médico judeu, nascido em 1135 nessa cidade, na época em que ela atingira o seu apogeu. Ali viviam em harmonia árabes, cristãos e judeus, oferecendo ao mundo um modelo nunca mais igualado de civilização e de tolerância. Aquele a quem os escolásticos cristãos dariam o nome de «Águia da Sinagoga» por ter tentado, antes de Tomás de Aquino, conciliar a Bíblia e Aristóteles, foi forçado ao exílio devido ao fanatismo dos novos conquistadores árabes. Expulso da Palestina pelos Cruzados, acabou os seus dias no Cairo, como médico e amigo do sultão Saladino, e também enquanto médico dos pobres. Morreu em 1204, tendo deixado uma obra filosófica e científica que iria brilhar ao longo dos séculos por todo o Ocidente. O Médico de Córdova é o romance da sua vida apaixonante.

Opinião:

Este foi um dos livros que comprei este ano na feira do livro de Lisboa e revelou-se uma boa aposta, aliás quem ler a sinopse fica já com uma boa ideia do que o livro tem para oferecer. Rico no enredo, acompanha o percurso de um dos grandes personagens do período de referência. 

Não é uma leitura fácil, pois a ausência de diálogos e algumas reflexões filosóficas torna o livro algo descritivo, o que obriga o leitor a estar muito concentrado para não perder o fio à meada. No entanto, todos estes elementos que à partida possam parecer mais desmotivadores são bastante importantes para um fiel retrato da época e claro que para o aprofundar das personagens, nomeadamente de Moisés Maimónides, um personagem cativante e muito evoluído para a época em que viveu.

O livro é escrito de uma forma auto-biográfica, onde acompanhamos as viagens de Moisés, a sua evolução enquanto pessoa e pensador, os conflitos políticos, sociais e religiosos da época.

Um livro que recomendo, em especial a quem é amante de um bom romance histórico, de quem se interesse por saber mais sobre a história da Península Ibérica.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Leitura masculina versus Feminina



Viva,

O escritor Emílio Miranda fez-me o seguinte comentário que achei interessante para  debate:

"Julgo que existem livros mais masculinos e outros mais femininos (com isto quero dizer capazes de cativarem mais um público ou outro) e eu tenho para ambos os públicos, e o interessante é perceber os pormenores que as mulheres valorizam e os pormenores que os homens valorizam. É interessante. Julgo que daria outro bom tema de conversa: livros mais masculinos e livros mais femininos: que características devem ter uns e outros e de que forma é possível fundir as duas."

Um bom tema de debate que dá pano para mangas :D, penso que a escritora Juliet Marillier é um bom exemplo de como se pode fundir os dois interesses, pois os seus livros apresentam bons romances com personagens complexas e um enredo muito rico.

Que vos parece ? 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O Livro dos Mosquetes de Emílio Mranda




Sinopse

Um encontro de culturas, uma viagem no tempo, um relato de várias paixões. O Livro dos Mosquetes é um pedaço da gloriosa História de Portugal.


Em pleno século XVI, quando o Império Português atingia o seu auge, um junco com marinheiros portugueses naufraga numa praia desconhecida. Sem o saberem, acabam de confirmar a existência de uma terra que só existia nas lendas: a Terra do Sol Nascente, o Japão. Deste inesperado contacto resulta a descoberta de um mundo tão diferente que parece arrancado dos sonhos: um mundo ordeiro e magnificamente belo, habitado por um povo cujos guerreiros – os samurais – superam em dignidade e crueldade, tudo quanto os portugueses haviam visto até então. Depois do junco português ser reparado, parte de novo para o Mar da China. Mas nada voltará a ser igual, nem para os marinheiros que partem com a notícia para o rei português, nem para João Boavida, o marinheiro que, apaixonado pelo Japão e por uma misteriosa mulher, decide ficar. Mas a maior mudança será para a própria Terra do Sol Nascente que, enfeitiçada pelos mosquetes que os portugueses trazem, nunca mais será a mesma.
 

Opinião:

Fiz bem em apostar num Romance Histórico publicado pela Saída de Emergência, pois como previ, no meu mais recente comentário, a Editora faz grandes apostas neste género e este livro foi sem duvida mais uma agradável surpresa, mais a mais escrito por um escritor nacional e com um português como protagonista.

Já conhecia o talento do Emílio Miranda, mas mais uma vez sou surpreendido com a qualidade apresentada, pois escrever um livro sobre o Japão e da forma como foi escrita exigiu seguramente muito trabalho de pesquisa e claro mostra ser um escritor inteligente.

Para mim a mais valia é mesmo a forma muito consistente com que o escritor retrata as diferenças entre culturas, os costumes, as tradições, a forma de ser e de estar. De um lado, um povo aventureiro e o modo de empreender as suas descobertas; em contraste, um povo muito isolado e defensor das suas tradições.

Adorei a forma como o livro é descrito, tudo bem retratado e sem quebras de ritmo, apresentando vários pontos de vista e achei deliciosas as considerações que João Boavida ia descrevendo de tudo o que via e aprendia. Muito curiosa a forma como, com o decorrer do tempo, este personagem acaba por se adaptar à cultura japonesa, mesmo com os contrastes evidentes entre ambas as culturas, e penso que o livro teve um final muito bem conseguido.

Até pode ser um livro considerado um pouco descritivo, mas sem duvida que tem tudo o que mais gosto neste tipo de livros, um enredo bem construído, personagens complexas e interessantes e uma escrita fluída e inteligente, seguramente um dos melhores romances históricos que tive o prazer de ler.

Penso estar encontrado o melhor livro que li este ano da Editora, os meus mais sinceros parabéns ao Emílio Miranda que sem duvida me surpreendeu pela positiva e claro, espero que me continue a deliciar com livros desta qualidade. Não restam dúvidas que há talento entre os nossos escritores.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Novo felino em casa




Viva,

Apresento-vos a novo membro cá de casa, conforme tinha prometido em agosto ia arranjar um e calhou este, estamos encantados :)

Bem sei que não substitui o anterior, ficou com o mesmo nome e é sem duvida uma bela pestinha :D

Agradecido à amiga Caminhante pela ajuda e claro a todos os que me apoiaram a ultrapassar a perda do anterior. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Processo de escrita Bruno Martins Soares




Viva,

Partilho mais um processo de escrita, de um escritor que muito admiro e um livro que simplesmente adorei, vale bem a pena podem ter a certeza, pois é um misto de FC com fantasia e com muito do misterioso oriente presente :)

Há talento nos escritores nacionais, acreditem...espero que gostem ;)

Podem ler o resumo do livro aqui


Escrevi durante muitos anos até perceber que tinha um processo. Esta percepção permitiu-me trabalhar com maior tolerância para com as minhas fraquezas e ter mais prazer na escrita. Devo dizer que hoje em dia trabalho muito em diversos tipos de escrita que têm processos e dificuldades um pouco diferentes: romances, teatro e cinema. Não vou referir-me à escrita de contos, que tem um processo específico e a maior parte das vezes escrevo de enfiada. 

Deixem-me, então, fazer-vos um panorama.

Eu sou relativamente prolífico em termos de ideias. Várias vezes por mês me vêm ideias interessantes de projectos para escrever, e anoto-as a maior parte das vezes, embora descarte e não pegue na maioria delas. Normalmente, no entanto, se estou entusiasmado com uma ideia, começo muito rapidamente a escrever: as primeira páginas ou cenas. Este é o meu modo de me apaixonar pelos projectos, permitindo-me sentir o estilo e as personagens. Escrevo dez, vinte páginas imediatamente. No entanto, rapidamente abandono o projecto: não por falta de vontade de investimento, mas porque no momento em que percebo que vou levar este projecto a sério, a estrutura ganha importância. E assim posso passar muitos meses ou anos simplesmente a brincar com as personagens, e os mundos e as cenas, na minha cabeça, a delinear o enredo cuidadosamente, a pesquisar todo o tipo de referências e características disto ou daquilo. Isto pode ser frustrante, no sentido em que não é pouco usual os meus projectos levarem mais de uma década a virem para o papel. Sim, eu disse década. Não estou a brincar. Tenho, neste momento, na minha cabeça, vários projectos que irão demorar mais de uma década a concretizar. Mas uma coisa que aprendi é que sou persistente e se os projectos forem suficientemente bons, vão-se concretizando.

Uma consequência interessante desta demora e deste cuidado é que acabo por re-escrever pouco. Quando escrevo já escrevo muito perto da forma final, embora esteja constantemente a rever tudo o que está escrito dos projectos que tenho em andamento. Uma outra característica deste processo aparentemente interminável é que tenho sempre vários projectos em andamento.

Agora algumas diferenças entre as formas. A escrita mais técnica que conheço é a escrita de argumentos para cinema ou televisão. Aqui, a estrutura é mais importante o que nunca, pois quando for o momento de filmar e mudar uma coisa ou outra, é preciso que o todo seja muito consistente e aguente a violência de ser trabalhado por dezenas e dezenas de pessoas criativas. Assim, para os argumentos, uso normalmente três instrumentos específicos: a Beat Sheet de Snyder permite-me ter o esqueleto da estrutura em 15 beats muito bem definidos; o Step-outline permite-me definir os músculos e a carne da estrutura; e, por fim, quando vou finalmente escrever as cenas faço-o com um programa de escrita de argumentos que ajuda na formatação – no meu caso, o Final Draft.

Quando escrevo romance, por vezes também uso a Beat Sheet, que pode ser muito útil, mas de uma forma ou outra, a estrutura tem de ficar muito clara na minha cabeça antes de escrever o grosso do texto. Quando não está, ou no processo de escrita verifico que tenho de a mudar, o normal é bloquear e não voltar àquele projecto sem que tenha conseguido resolver o problema estrutural. Quando, no entanto, estou bem preparado e é altura de escrever, uso muito a visualização. Uma visualização cada vez mais concreta. Ou seja: penso muito no que quero escrever e em como quero escrever. Vou ao pormenor de pensar na frase em concreto ou num diálogo específico. Se, por acaso, isto me surgir fora de tempo, me ocorrer um diálogo que quero explorar mais à frente, por exemplo, é frequente escrever cenas em notas à parte que depois irei buscar. Assim, parto para a escrita. Normalmente de madrugada ou no início da manhã, embora possa ocorrer em qualquer altura do dia, na verdade. Não gosto de ser interrompido, por isso acabo por escrever em momentos em que as interrupções são menos prováveis.

As peças de teatro normalmente têm uma estrutura mais fluida e mais simples do que os argumentos e os romances, da maneira como as escrevo, e dependem muito mais do conceito e das personagens. Tenho de sentir muito bem as personagens e escrevo mais ao correr da pena. É um meio e um estilo que gostaria de explorar muito mais no futuro, mas não para já.

Pronto, e é isto. Tento escrever todos os dias, mas mesmo quando não estou a escrever ao computador estou a explorar e a pensar na escrita, e a planear e a pesquisar e a elaborar. Assim, é um trabalho diário e mais intenso do que se possa pensar. Durante bastante tempo senti-me culpado por não escrever mais palavras por dia, mas comecei a perceber que estava a trabalhar bastante de qualquer modo e que estava a produzir com alguma regularidade. Nos últimos seis meses, por exemplo, terminei um romance, entrei no último terço da escrita de outro, escrevi uma pequena peça de teatro, um guião para uma longa-metragem cinematográfica e afinei o guião para um piloto para televisão que produzi. Por isso, embora este processo pareça frustrante – e não o aconselho a ninguém, garanto – parece estar a funcionar.

Se estiverem interessados em saber mais sobre técnicas e conhecimento de escrita de argumentos, contactem a escola Act for All, onde dou algumas workshops sobre o assunto. É o tipo de escrita que desaconselho vivamente tentarem sem know-how específico. Mas é muito aliciante, digo-vos.

domingo, 2 de agosto de 2015

Acácia - Vozes da Profecia de David Anthony Durham







No último livro desta saga épica têm lugar confrontos de poderes e energias inconcebíveis, personagens veem o seu destino cumprido e os desígnios para Acácia serão elevados até à glória redentora.

A Rainha Corinn restaurou a dinastia Akaran ao conseguir manipular a magia terrível sobre o mundo conhecido. O seu irmão mais novo, Dariel, prossegue na sua jornada pelas Outras Terras, tendo-se tornado num defensor da liberdade dos escravos. E Mena avança para norte liderando um exército para aniquilar uma ameaça latente a Acácia, o povo semi-imortal Auldek.
Com punho de ferro e hábeis estratégias políticas, a jovem Rainha reprime uma insurreição e impede a violência de se alastrar no reino… mas à noite é atormentada com sonhos horrendos. Resta-lhe manter a força de espírito para assegurar algo quase impossível: a prosperidade e união pacífica de todas as raças.Opinião:

Só de me lembrar que acompanhei a Coleção BANG! quase desde o inicio, que durante muito tempo chegava a comprar três livros por mês à editora, que a defendi com unhas e dentes, vi a sua ascensão e agora ver a forma como se mantêm, faz-me perder a esperança… Bem sei que sempre irá surgir um ou outro bom livro na coleção, mas sinceramente penso seriamente deixar de a acompanhar por uns tempos e dedicar-me a outro tido de publicações da Editora, pois ai acredito que a qualidade se mantêm, como é o caso do Romance Histórico.

Não me quero estar a repetir, mas custa-me tanto ver escritores com tanta qualidade ficarem para trás, como Dan Simmons, Robin Hobb, Scott Lynch e tantos outros e ver as recentes publicações como a Espada de Shannara de Terry Brooks (que este livro trás um excerto) ou mesmo Brandon Sanderson que até tinha esperanças que fosse uma grande aposta, mas já se sabe que não vai haver mais publicações! Sinceramente não entendo onde a editora quer chegar, mas pronto não vou cansar-me mais com a Coleção BANG! se surgir algo de interessante vou ler, pois sei que virá aí algo de bom a nível de FC do João Barreiros, de resto é partir para outra onda.

Quanto a este livro, que é a conclusão da saga mas que na verdade devia ser uma trilogia pois na sua versão original os livros são pequenos, não gostei como tudo termina, parece que temos um final cor-de-rosa, onde tudo acaba bem. Por outro lado não gostei como o escritor utiliza os elementos da fantasia, para mim completamente desnecessários e que em nada vem trazer mais valia ao enredo, pelo contrario, quando vi um personagem regressar dos mortos e ter um papel tão importante para a conclusão da saga.... Por vezes coloca-se a questão de qual prefiro, se Tolkien se George Martin e para mim George Martin será sempre a minha escolha pelo facto da sua escrita ser mais fluída mas acima de tudo por saber utilizar bem os poucos elementos de fantasia, ser um universo mais real, isto não quer dizer que não reconheça a qualidade no universo de Tolkien, este cativa, fascina-nos deixa-nos maravilhados, mas David A. Durham não.

Não digo que no universo de Acácia não existam coisas boas, a escrita é fluída, as personagens principais até são bem desenvolvidas e acabamos por simpatizar com elas, apresenta-nos situações bem interessantes neste universo a nível de enredo, gostei do contributo dos personagens da Liga para a história, mas a forma como a saga foi concluída e a utilização de elementos fantásticos fez com que ficasse muito desanimado, mesmo reconhecendo que até me chegou a cativar e empolgar a determinados momentos.

Podia dizer mais uma ou outra coisa negativa, como por exemplo os últimos livros terem demorado a ser publicados e dificultar a entrada no enredo pois acompanhamos vários núcleos e com várias personagens em diversos locais, mas fico por aqui.

Acredito que esta saga tenha sido concluída apenas por questões contratuais, estranho como é possível por exemplo o universo de Duna do escritor Frank Herbert, muito mais rico e com muito mais qualidade, ter ficado apenas pelo 2 volume faltando apenas publicar mais um ( prometido pela editora aos seus leitores), posso até compreender que a trilogia estava a dar imenso prejuízo mas e nós leitores ? Alguém me devolve o dinheiro entretanto investido ? Lá está são as tais questões que sinceramente já me cansam e me fazem virar para outro tipo de leituras.