sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O conto fantástico do século XIX e início do século XX.


Falar do conto fantástico, é uma tarefa bastante complicada, uma vez que a sua própria definição tem levado a muitas discussões entre os mais conceituados nomes. 

Mas como prometido, Corvo, aqui fica uma pequena contribuição para um género literário que aprecio bastante.

O que é a fantasia?

O que é o fantástico?

Questões em que todos nós temos, certamente, uma resposta sob o nosso ponto de vista, mas será que estamos certos? Ou será que encaramos fantasia sob um ponto de vista mais redutor, segundo os nossos gostos pessoais ou de acordo com parametros pré-concebidos da época em que vivemos?

Para mim, na minha humilde opinião, Fantasia sempre existiu desde que a humanidade existe e desde que se começaram a contar e a transmitir histórias. Oralmente, os primeiros povos contavam o que viam e o que a sua imaginação via no desconhecido. Pequenos arbustos que, com o vento, projectavam verdadeiros monstros que ameaçavam as tribos e que criavam lendas que passavam de geração em geração., e muitas outras histórias surgiram ao longo dos tempos.

Mas não é sobre a fantasia, propriamente dita, que quero partilhar algumas ideias convosco, mas sim sobre um período especifico da nossa história e que conferiu a este género literário, caracteristicas muito próprias : o conto fantástico do século XIX e ínicio do século XX.

Segundo Italo Calvino : “É no terreno especifico da especulação filosófica entre os séculos XVIII e XIX que o conto fantástico nasce : o seu tema é a relação entre a realidade do mundo que habitamos e conhecemos por meio da percepção e a realidade do mundo do pensamento que mora em nós e nos comanda. O problema da realidade daquilo que se vê – coisas extraordinárias que talvez sejam alucinações projectadas pela nossa mente; coisas habituais que talvez ocultem sob a aparência mais banal uma segunda natureza inquietante, misteriosa, aterradora – é a essência da literatura fantástica, cujos melhores efeitos encontram-se na oscilação de níveis de realidades inconciliáveis.”

Já no final do século XVIII surge o romance “gótico” onde a exploração dos temas, ambientes e efeitos negros, recheado de elementos macabros, cruéis e apavorantes, vão inspirar grande parte dos escritores da época.

É, bebendo nesta influência, que se começam a fazer distinções. A escola francesa distingue o “conto maravilhoso” que pressupõe a aceitação do inverossímil e do inexplicável, como por exemplo As Mil e uma Noites do conto “fantastique” que se refere à representação da realidade do mundo interior e subjectivo da mente, da imaginação, conferindo-lhe uma dignidade superior ao do mundo objectivo e dos sentidos.

Também a escola alemã abraça este conto fantástico e o nome de Hoffman destaca-se com contos como “O Homem de areia” e “As Minas de Falun”.

Pouco a pouco esta tendência foi influenciando a comunidade literária da época e vemos surgir obras excelentes como “Os contos de Petersburgo” de Gogol. Também na Rússia, Púshkin, Dostoiévski e Leskov seguem este percurso do fantástico.

Em França, Hoffman influência Charles Nodier, Balzac e Théophile Gautier entre outros, surgindo uma nova vertente com Gérard de Nerval o “conto-sonho”.

Em Inglaterra surge o “Frankenstein” de Mary Shelley que destrona o romance vitoriano. Os autores ingleses colocam algo de si mesmos nas obras que produzem, usam e abusam da ironia, do grotesco e do macabro aliado à forte capacidade imaginativa e assim nasce a “ghost story”. Temos Edgar Allan Poe, Charles Dickens e mesmo Bram Stoker da Irlanda.

Poderia falar de muitos outros autores, e das suas influências que se mantêm até aos dias de hoje, mas nesse caso este comentário ficaria muito extenso.

O que importa ainda referir, é o que liga todos estes escritores que provêm de escolas e países diferentes, e que constitui a caracteristica principal que torna o conto fantástico desta época único. 

O que tinham em comum?

Muito simples: o facto de que todos eles colocam em primeiro plano uma sugestão visual, e o conto surge a partir da realidade daquilo que se vê para passar para o que se acredita ou não: aparições fantasmagóricas ou visionárias, o sobrenatural e com as questões do pensamento abstracto e da psique humana. 

O elemento sobrenatural surge carregado de sentido em que mais do que assustar o leitor, deixa-o confuso sobre o que é verdade, mentira, sonho ou alucinação.

Normalmente são narrados na primeira pessoa, e geralmente são contados pela vítima do acontecimento, de forma bastante emocional, às vezes por cartas ou diários.

A quem nunca leu, e se gostar do tema, aconselho a leituras destes contos, dos diversos autores que falei e de outros que ficaram por falar.

Deixo-vos um pequeno texto e uma imagem, de um conto de Guy de Maupassant “O Horla”

"De onde vêm essas influências misteriosas que transformam em desânimo nossa felicidade e nossa confiança em angústia? Dir-se-ia que o ar, o ar invisível, está cheio de forças desconhecidas, cuja misteriosa proximidade nos afeta. Acordo cheio de alegria, com vontades de cantar em minha garganta. — Por quê? — Desço o curso da água e de repente, depois de um curto passeio, volto desolado, como se alguma infelicidade me aguardasse em casa. — Por quê? — Será um arrepio de frio que, roçando minha pele, abalou meus nervos e me sombreou a alma? Será a forma das nuvens, ou a cor do dia, ou a cor das coisas, tão variável, que, passando pelos meus olhos, perturbou meu pensamento?"



53 comentários:

  1. Olá amiga Caminhante,

    Que texto excelente, realmente não me enganei ao ter tão digna companhia aqui no blog e como sabem gosto que publiquem o que quiserem e que não saiba nada do que irão publicar, pois gosto de ser surpreendido e que interessante esta mensagem sem duvida :)

    Alem de mostrar a tua cultura geral elevada, mostra o prazer e admiração que tens pelos contos e pela tua nova vocação, ser contadora de histórias e aqui está a prova que te preparaste bem para o fazer ;)

    Rendo-me terei que ler contos sem duvida e muitas vezes devemos ter em consideração a época e o momento em que foi escrito, sem duvida.

    Parabens pelo texto e pelo grande contributo 5* ;)

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    1. Obrigada :) amigo.
      Contar contos fantásticos, é muita dose para uma aprendiz como eu! São contos fortes e precisam de um contador bastante treinado.
      Mas confesso que gostaria muito de os contar, alguns deles.
      Sabes que Guy de Maupassant é um escritor que gosto bastante, sobretudo nesta fase da sua vida, e Poe também, e muitos outros.
      Ainda bem que gostaste e espero que seja um bom contributo para este espaço excelente.
      bjs e boas leituras de contos :P

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    2. Sim penso que comentaste no teu blog sobre o Guy de Maupassant e fiquei com imensa curiosidade, como referi deixaste aqui excelentes recomendações para todos ;)

      E embora não pertença a esta época sabes que quero ler a sueca Selma que me cativaste imenso com o teu comentário, logo penso que deverei voltar a ler contos por ela ou mesmo o Poe....ena são tantas mas tantas as sugestões de contos que me deixaram que nem sei bem por onde me virar, o marco, tu o Ubik o Barreiros, enfim tenho que ler contos está mais que visto :)

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    3. Ah Ah Ah :D :D rendeste-te já?? ainda é cedo...

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    4. Para leres a Selma, Fiacha, tens uma boa sugestão no Cantinho do João Barreiros e se quiseres posso emprestar-te esse livro dela e embora não conto, é um livro lindo ( já falei dele no meu blogue)

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    5. Viva,

      Pois eu vi alias aqui no blog o Barreiros ja me deixou imensas sugestões, espero que ele venha partilhar aqui com os restantes seguidores.

      Sim tenho que ler esse da Selma, vamos ver quando, eu ainda tenho o Cosmos do Carl Sagan por ler que alguem me ofereceu *assobio*

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  2. Olá Caminhante!

    Fico feliz por ler aqui a tua "tese" sobre este tema. Já reparei, também por outros motivos, que gostas muito de contos e que sabes do que falas. Dou muito valor a esse teu gosto e característica. Estou a terminar o curso de educadora e professora do 1ºCiclo e o conto é parte fundamental da educação das crianças. A meu ver deve ser começado a trabalhar logo desde cedo.

    Quanto ao tema aqui abordado, para mim o Fantástico é o género de eleição. Tem vários aspetos que me interessam. Tem sobrenatural, por vezes romance, aventuras, ação, terror e por aí fora. Depois de ler este teu texto fiquei a conhecer autores que ainda não tinha tirado muito tempo para ler ou até ter atenção. Li "Frankenstein" e gostei muito. Este género de narrativa, com aspetos góticos, teve um grande impacto na cultura da altura e ainda tem hoje em dia. Teve um impacto tão grande no fascínio dos leitores e escritores que a maior parte dos livros fantásticos que tempos por aí tem um grande teor deste género.

    Gostei muito! Fiquei a conhecer mais autores e mais contos =)

    Obrigada! Beijinhos =)

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    1. Olá :)
      Obrigada pelas tuas palavras. De facto o Conto faz parte de mim, desde que me lembro de ser gente, sempre gostei e de diferentes géneros.
      Desta vez escolhi o fantástico, porque tenho andado de roda dele nos últimos tempos.
      Para ti sem dúvida que é importantíssimo na tua actividade. Se precisares de alguma coisa nessa área que eu te possa ajudar, estás à vontade :)
      o João Barreiros sugeriu mais alguns nomes no cantinho, um deles tenho muita curiosidade que é o Jean Ray, mas os outros também devem ser bons
      beijinhos ^_^

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    2. O "Frankenstein" da Mary Shelley é considerado por muitos como uma das primeiras historias de Ficção Científica embora me perceba o porquê de poder ser confundido com o sobrenatural, principalmente quando foi lançado ;)

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    3. Sim faz sentido ser considerado como FC, mas ele é considerado por muitos como fazendo parte desta fase do fantástico, e de facto como dizes Marco, percebe-se o porquê. :)

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    4. Caminhante,

      obrigada pela disponibilidade para alguma ajuda! Agradeço

      Beijinhos!

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  3. Foi um artigo muito interessante! Muitos parabéns! :D

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  4. Wowwwww...muito bom este teu post São. Obrigada por toda a informação. E eu que sou maçarica neste tema. A mim foi muito util. Obrigada
    Este corvo é um sortudo :)

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    1. Obrigada :)
      Sim o Corvo é um sortudo, por nos ter a nós todos que comentamos e alimentamos este espaço :)

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    2. Sem duvida, acima de tudo tenho boa companhia que é o mais importante e sem duvida que a amiga raposa foi uma boa escolha :D

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  5. Olá,
    Achei o post bastante interessante e informativo. Desconhecia muito do que disseste São. Obrigada e parabéns _:D

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  6. Olá A caminhante,

    Tal como o Fiacha previu, adorei o texto. Uma das minhas disciplinas preferidas no ensino secundário foi Literatura Portuguesa e, apesar de te debruçares sobre a literatura estrangeira, lembrou-me muito o que por lá aprendi.

    Fizeste uma explicação muito clara e interessante sobre a expansão do «conto fantástico».

    Já li "Frankenstein" e "Dracula" e gostei muito mais do segundo. O primeiro ficou aquém das minhas expectativas, pois a história nem me chegou a «envolver». Já o "Dracula" é fantástico, cheio de drama e suspense.

    Recordei-me de outros autores que também exploraram o mesmo género: Oscar Wilde, H.P. Lovecraft, Marie Belloc Lowndes, Robert Louis Stevenson, Joseph Conrad.

    Beijinhos e boas leituras! ^^ *

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    1. Olá Lady Hélène

      obrigada :) . Sem dúvida que também os portugueses beberam um pouco da tendência literária da época.
      Todos esses escritores que falas de facto são bons exemplos do conto fantástico. Lovecraft,do outro lado do oceano pega no conto fantástico numa perspectiva quase que exclusivamente de terror.
      Para mim, prefiro o fantástico que explora mais os domínios obscuros da mente humana.
      beijinhos e boas leituras

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    2. Sem esquecer o M R James um fos melhores sutores de ghost dtories do inicio do séc XX:

      http://www.amazon.co.uk/Curious-Warnings-Great-Ghost-Stories/dp/0857388045/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1391890710&sr=8-1&keywords=Curious+warnings

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    3. Ois Lady,

      algo me disse que irias gostar, não me enganei e vejo que já leste uns contos e ainda destes boas sugestões, excelente ;)

      Bjs

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  7. Olá Caminhante,

    Gostei muito de ler o teu texto, sem duvida que os contos são algo importantes na literatura e sem duvida que estão aqui otimas recomendações, só tenho a agradecer.

    Uma mais valia para o blog do amigo fiacha

    Bjs

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    1. Olá Joana, obrigada ^_^
      Não sei se costumas ler contos, mas só te digo que há imensos contos bons que estão à nossa espera. Vale a pena lê-los, sem dúvida
      beijinhos

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  8. Toda a gente fala do Drácula, mas ninguém se referiu à mais malvada das vampiras lesbo de todos os tempos: CARMILLA, do Sheridan le Fanu
    http://m.wook.pt/ficha?id=174586

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  9. E o CALAFRIO do Henry James?

    http://m.wook.pt/ficha?id=66086

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  10. E o MALPERTUIS do Jean Ray?

    http://www.amazon.fr/Malpertuis-Henri-Vernes/dp/B0000DT6OF/ref=sr_1_5?ie=UTF8&qid=1391891665&sr=8-5&keywords=Malpertuis

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    1. Boas Barreiros,

      Por acaso achei que o Drácula teve um inicio muito bom, mas depois enquanto personagem apagou-se o que realmente foi pena, ainda assim um livro muito bom até atendendo á época que foi escrito :)

      Ai mais sugestões tentadoras, mas nada como ficar registado, obrigado ;)

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  11. Oi A Caminhante,
    parabéns pelo texto, além de ser muito instrutivo, está muito bem escrito, vc realmente escreve muito bem, continue com esse trabalho no blog do Fiacha, pois está muito bom!

    Abraços e boas Leituras!!!

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    1. obrigada Amanda :)
      Mas vai aparecendo, porque de facto é este "convívio" entre todos que torna este espaço tão bom
      beijinhos

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    2. Não podia estar mais de acordo Caminhante, o espaço é de todos se fosse só meu só eu comentava e nem permitia que houvesse seguidores a comentar :)

      Agora concordo com a Amanda os teus post são excelentes, mas isso já eu sabia e conhecia do teu blog :D

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  12. Boa João Barreiros.
    Le Fanu, sem dúvida uma falta, não me lembrei de falar nele.
    Quanto a Henry James li o conto "The friends of the friends", (os amigos dos amigos) de 1896 e gostei bastante, mas não li mais nada dele.
    E Jean Ray está para breve a sua leitura.
    Obrigada pelas sugestões João Barreiros

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  13. "the turn of the screw" (Calafrio) do Henry James é um clássico imperdivel. E deu origem a um filme muito, muito bom: The Inocents.

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  14. Confesso que não sou pessoa de ler grandes dissertações quando tenho muito que fazer, como é o caso de hoje :P Mas quando comecei, simplesmente tive de ler até ao fim. Muito, muito bom. Gostei muito, gosto de como tomas a palavra sem teres de copiar colar nada, e mesmo assim transmitir uma mensagem clara e entendida :D

    Já começo a ficar em pulgas para a tua próxima contribuição ;)

    Beijinhos

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  15. Olá Nádia
    obrigada pelas tuas palavras bem simpáticas :)
    Fico contente por conseguir transmitir as minhas ideias de forma a que sejam perceptíveis, claras e pouco enfadonhas. Se o consegui, como demonstra o teu comentário e outros anteriores, sinto que contribui positivamente para o amigo Corvo.
    A próxima contribuição ainda levará uns dias :)

    beijinhos

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  16. Olá :)
    É um tema sempre muito interessante, com um universo criativo maravilhoso, com um vasto leque de oferta nos dias de hoje :P Aprecio muito ficção fantástica, quer para leitura, quer para escrita, sob a forma de mitos/lendas e romances épicos e medievais. Acredito que ao longo dos tempos, a fantasia tenha mudado inevitavelmente com as épocas, com a evolução da sua própria estrutura e conceito. O conto fantástico, sendo uma narrativa centrada no absurdo e no irreal, permite um caminho infinito de possibilidades e imaginação nela centrada é sempre surpreende em texto, por isso, a meu ver e gosto, é o melhor género de literatura.
    Excelente tema para debate A Caminhante :D
    Boas leituras... :)

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    1. Olá Carla
      Sem dúvida que a fantasia é um mundo sem fronteiras. No entanto estes contos fantásticos são muito próprios da época por todo um conjunto de factores precisos, e sobre os quais praticamente não falei (já assim o texto ficou grande :P).
      Entre outros, a revolução industrial e o desenvolvimento das ciências da mente, covém relembrar que é nesta altura que Freud e a sua psicanálise surge, levam a que os escritores se interessem pelos efeitos do fantástico, o absurdo e o sobrenatural na mente humana. Estes contos visam muito o efeito sobre o ser humano, os suores frios, o medo, a insónia, o perceber do que é ou não real e por aí fora :)
      hoje conhecemos melhor a fronteira destas situações, mas acredito que na época esta fronteira fosse muito mais ténue.
      beijinhos e boas leituras

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  17. Parabéns por mais um excelente texto São, a ver se a minha próxima participação está à altura da bitola que se está aqui a formar. Fiquei curioso sobre a tua próxima dissertação ;)

    Um abraço colega :)

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    1. Viva Marco,

      Por acaso estou de acordo contigo isto está a subir a um patamar enorme, não estou ao vosso nível nem de perto nem de longe, mas gosto de ver este companheirismo entre todos :D

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    2. Claro que estás Marco :) , não estamos a criar nenhuma bitola de qualidade. Apenas é um tema que gosto bastante e como tenho andado de volta dele nos últimos tempos, resolvi escrever sobre ele.
      Não fiquem à espera da minha próxima participação, mas sim da tua :)
      Um abraço colega para ti também

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  18. Olá meu amigo,

    Tens aqui um tema que dá pano para mangas, mas que soubeste resumir sem deixar muito para dizer.
    Confesso que só neste pequeno texto aprendi muitas coisas que não sabia. E confesso que li o Drácula e não gostei nada achei muito insípido e com falhas, mas ainda não li o Frankenstein, embora o tenha por aqui.


    Beijocas e continua o bom trabalho

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    1. Olá miga,

      A Cesar o que é de Cesar, o texto é da amiga Caminhante que sem duvida fez um excelente texto ;)

      Quanto a Drácula, gostei teve um inicio muito prometedor mas depois cai um pouco a pique (o personagem) mas ainda assim um bom livro, atendendo à época que foi escrito ;)

      Bjs

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  19. Aproveitando a” boleia” deste tema da Caminhante, que aborda algumas leituras ligadas ao fantástico, não quero deixar de referir aqui um artigo publicado na revista “Etudes Cientifiques” da Universidade de Casablanca, da autoria de um tal Mejid El Amerruk (cientista de grande prestigio, ligado aos estudos da genética humana e da do verme), e que tenta fazer luz sobre que razões nos levam a ler o que lemos, e o porquê da nossa apetência por um género literário em detrimento de outro.

    Ora, segundo reza o artigo (e peço desculpa por um ou outro erro de interpretação, mas o texto está escrito em dialecto berbere, que não domino propriamente), estudos efectuados pelo Prof. Amerruk, apontam (e pode dizer-se que com o dedo bem vincado) para a presença de determinados cromossomas, que até aqui tinham passado completamente desapercebidos (e de difícil detecção, pensa-se que tal se deve à notória invisibilidade destes cromossomas) no genoma humano, e que funcionam como o catalisador da leitura.

    Ora, é descrita a presença de dois cromossomas que podem surgir isoladamente, ou agrupados.

    Um desses cromossomas, o denominado cromossoma F será responsável pela necessidade de leituras no género Fantasia, que pode ir da leitura das aventuras de Conan, visitando o Senhor dos Anéis e o Castelo de Ghormenghast, e culminando nas obras de Fantasia mais sexualmente explícitas e surrealistas de Richard Calder, e até as fantasias mais prosaicas da Anne Bishop e da Charlaine Harris (mais prevalecente no genoma feminino, mas com excepções).

    Já o outro cromossoma, denominado cromossoma C tem uma acção activa na procura por parte do leitor que o tem no seu património genético, de todo o tipo de leituras de cariz científico, que poderá passar pelos “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” do Newton, “A Origem das Espécies” do Darwin, e até mesmo à “Espiral Dourada “ de Luís Tirapicos e Nuno Crato, ou um simples livro de instruções de uma máquina de lavar roupa com programa de secagem a 1200 rotações por minuto.

    Quando associados, mas surgindo muito raramente e com tendência a extinguir-se na população de origem portuguesa, estes dois cromossomas formam a chamada dupla Cromo FC, provocando uma necessidade (amiúde dependência) na leitura de obras do chamado género ficção científica., excepção feita às obras de um tal Thomas M. Disch.

    Há referências neste artigo, embora pouco concretas sobre estudos paralelos efectuados por uma equipa de cientistas da universidade de Montevideu que tinham já detectado no genoma feminino dois pares de estranhíssimos cromossomas que aparecendo quase sempre associados, os denominados cromossoma duplo NR e cromossoma triplo NS (também apelidados com alguma ironia de os” Demoníacos N” ou “Cromossomas Bestseller”), seriam responsáveis pela tendência para ler os autores Nora Roberts e Nicholas Sparks, nem sempre por esta ordem.

    Para mais informações, e a quem interessar, consultar hiperligação abaixo.


    Ubik

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    1. :D :D :D
      boa Ubik, de facto os segredos que a genética ainda tem por revelar, e que nós desconhecemos!!
      o mundo dos cromossomas é mesmo um mundo... :D

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    2. Ahah...:D gostei bastante desta explicação do Ubik....afinal tudo tem um sentido de ser, agora entendo porque certas pessoas lêem E. L. James...é do cromossoma E.L.J...eheh :D

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    3. ....finalmente o João Barreiros vai ter a explicação (ficção) cientifica para algumas das suas perplexidades relativas ao porquê da extinção do leitor de FC no nosso país ( e não só).

      ....e ainda vamos descobrir porque razão o Fiacha embirra tanto com a leitura de contos ( porventura algum " atrofiamento" do cromossoma NC, vulgo narrativa curta?)..ehehe...

      ubik

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    4. Carla, estou em crer que quem lê E.L.James para alem do perturbante cromossoma ELJ, ainda "carrega" o secreto fardo de mais três, a saber: o perturbante cromossoma S, o terrível cromossoma - ( communmente chamado de Tracinho, que faz a ligação com), e o doloroso cromossoma M, que em associação formam o violento e arrebatador gene S - M.....

      .....Só para verdadeiros apreciadores dos prazeres terrenos literários escondidos....

      ubik

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  20. Está descoberto o mistério. A sociedade secreta de quem possui genes F, caracterizada por uma emissão feromónica de cheiro a corpo requentado, uniu-se, para eliminar com o máximo de prejuizo, quem possuísse o gene Cromo Fc. Os autores de FC andam a morrer como tordos. Agora descobriu-se que a morte deles tem uma causa específica. As donzelas F, unidas aos rapazes com genes NegaC, andam a apanhar os infelizes nas ruas, nas livrarias, nos Cantinhos Fiáchicos e...zap...ainda vais cantar mais...tenham medo, tenham muito medo...

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    1. Eheh..

      ....Barreiros no seu melhor, cada vez mais refinado, mordaz, e acutilante.

      Palavras para quê ( ou melhor, para quem?!).

      É um autor português......

      ubik

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  21. lol,

    Excelente Ubik tudo devidamente fundamentado sem duvida, até fiquei a perceber porque não atino com contos :D

    E desvendada a causa de morte de tanto escritor de FC, sim senhor ;)



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