quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Um desabafo... - Maus tratos a animais

Para quem já se habituou às minhas mensagens fofinhas, onde acabamos todos a recordar a nossa infância hoje vou desiludir-vos. Hoje venho com necessidade de desabafar e de deitar cá para fora uma situação que aconteceu comigo e me deixou muito revoltada e ainda hoje não me sai da cabeça. E podem ficar mais aliviados por não ter escrito este post no dia em que tudo aconteceu, pois aí aposto que conseguia por-vos todos com a lágrima ao canto do olho, talvez até os menos sensíveis. Para começar aviso-vos que os mais sensíveis devem retirar-se agora e não avançar mais na leitura. Talvez eu esteja a exagerar mas é melhor avisar já. A única conclusão a que cheguei no meio disto tudo é que eu devo ser demasiado piegas para ter agido como agi, já que até houve quem viesse brincar com os meus sentimentos e gozar com a forma como eu fiquei. 

Tudo aconteceu no domingo passado. Estava um dia solarengo e nem estava muito frio, sequer. Apesar de me apetecer ficar por casa, fui desafiada por uma prima e uma amiga a ir um pouco à esplanada apanhar sol. Parece que estava a adivinhar, ao querer ficar em casa, mas cedi e lá fui eu. Bebemos café e resolvemos ir dar uma voltinha a pé para aproveitar o bom tempo. Ao nos aproximarmos de um cruzamento uma rapariga chamou-nos porque não sabia o que fazer. Estava ali um gatinho atropelado e ninguém fazia nada. Caiu-me tudo aos pés e ainda mais quando olhei e vi o gato no meio da estrada. Estava no meio das duas faixas, sem se conseguir levantar. E os carros passavam normalmente, como se não houvesse ali nada. Só de pensar na cena, já fico triste...

Lembrámo-nos de uma senhora que mora ali perto e que dá comida a alguns gatos abandonados e por acaso o marido dela estava ali perto. Perguntámos-lhe se o gatinho era dele. O senhor foi lá, olhou para o gato e disse "não, não é meu" e assim virou as costas e foi-se embora. Não era dele, logo não importava. Ninguém queria pegar no gato, nem que fosse para o tirar da estrada. Lá fui ao pé dele, estava em volto numa poça de sangue. Era um gato bebé, talvez com 3 ou 4 meses, e até não estava mal tratado. Não estava magro e o pêlo era macio. Reparei que a pancada foi mesmo na cabeça. Alguém lhe bateu e deixou-o ali à sua sorte, como se nada fosse. Já não tinha um olho e notava-se a dificuldade para respirar enquanto o sangue saía.

Enquanto ali estive, no meio da estrada, os carros continuaram a passar como se nada fosse. Lembro-me de uma senhora que colou a cabeça ao vidro do carro, enquanto o marido abrandou para ela poder ver bem a cena e depois seguiram viagem como se nada fosse. Tudo isto me estava a deixar revoltadíssima e a dar voltas ao estômago. Como é que mais ninguém se sentia obrigado a ajudar aquele ser tão pequenino? Ficava ali no meio da estrada, a esvair-se em sangue, até que finalmente tivesse a sorte de morrer, enquanto as pessoas passavam e viravam a cara ou murmuravam "coitadinho" e seguiam as vidas delas. Finalmente ganhei coragem e peguei no gato (o meu único receio era magoá-lo ainda mais - ao contrário das outras pessoas que pareciam ter medo de apanhar sarna) e levei-o para o passeio.

Entretanto chamei a minha mãe, que no que toca a bichos, é uma maricas como eu. No tempo em que esperava por ela, várias foram as pessoas que me disseram coisas como "ele vai morrer, deixa-o e anda-te embora". Como é?? Como ele vai morrer, deixo-o ali sozinho? Como não tem dono, não merece um bocadinho de dignidade? Nunca me senti tão revoltada, incluindo com as pessoas que ali chegaram comigo. Como podem apregoar que gostam muito de animais e que não suportam vê-los a sofrer, se depois são capazes de deixar o bicho sozinho a esvair-se em sangue?? Porque foi mesmo isto que aconteceu... E a única preocupação naquela situação era "quem é que paga??" para chamar um veterinário e abater o gato. Foda-se.... 

Lá chegou a minha mãe que trouxe algumas toalhas para enrolar à volta do gato. Já sabíamos que o mais certo era que o gato não tivesse salvação, por isso precisávamos de um veterinário que lhe desse a injecção e acabasse com o sofrimento do bicho. Ligámos para todos os veterinários de Castelo de Vide e ninguém atendeu o telefone. Nem um. Sim, era domingo, mas já que andam sempre a dizer que fazem consultas de urgência- que são pagas a peso de ouro-, como é que nenhum dos 5 ou 6 que temos cá, atendeu a porra do telefone? Parece que quanto maior é o desespero de uma pessoa, menos ajuda consegue... Tentámos ainda uma clínica em Portalegre onde já sabíamos que a consulta de urgência ia ser caríssima, mas mesmo assim.... Mais uma vez, ninguém atendeu...

Resolvemos ligar ao veterinário dos nossos cães, de quem gostamos muito mas que nesta situação não era prático: o consultório fica em Espanha. Os meus cães são acompanhados lá tanto pelo baixo preço da consulta, como pela simpatia e profissionalismo do médico. Compensa bastante ter que ir até Espanha para isso. Foi o único que se disponibilizou a atender-nos e disse prontamente que podíamos dirigir-nos ao consultório. Com o gato enrolado nas toalhas que iam aparando o sangue, e a minha mãe a segurá-lo bem, peguei no carro e fomos para Espanha. A minha prima e a outra rapariga foram dar uma volta por Castelo de Vide, como se nada fosse. Eu sei que não posso censurar as pessoas por serem frias, mas foda-se....

Ao longo da viagem, que durou cerca de 20 minutos, o gatinho lá foi. Aos pouco ia-se mexendo mais pois devia ter medo do que se passaria à volta dele. Confesso que ainda tinha esperanças que o gato se salvasse. Se houvesse essa hipótese, estava disposta a tratar dele e a recebê-lo cá em casa (juntamente com os outros 5 que eu já tenho - sem contar com os cães!). E a minha mãe também. O importante era que não sofresse mais. Chegadas ao consultório, o médico ficou triste ao vê-lo. Não era mais que um bebé. Tinha um olho a que precisaria de operação e a mandíbula partida. E até se poderia salvar mas os danos da pancada no cérebro seriam irreversíveis. Ele mesmo achou que o melhor seria abater o gatinho. E assim foi, preparou a injecção e em menos de nada acabou-se o sofrimento. 

Fiquei aliviada, mas custou-me tanto... Sei que fiz tudo o que podia para ajudar o gato a não sofrer, mas tudo o que vi, desde o gato deitado na estrada, mais as pessoas a passar e a dizerem-me para o deixar ali à sua sorte, deixou-me muito revoltada. Sou menina para nunca mais olhar para essas pessoas com os mesmos olhos, não duvidem. E ao contrário dos veterinários portugueses que nem foram capazes de atender o telefone, o médico nem nos cobrou a consulta de urgência. E viu-se que ficou abalado com a situação, tal como nós estávamos. 

Ainda hoje penso em tudo isto e me dá vontade de chorar. Penso, vezes sem conta, que ele já não está a sofrer. Que se eu tivesse ficado em casa naquele dia, ele tinha ficado ali na estrada sem que ninguém se importasse. Se fosse uma pessoa, também teriam passado com os carros ao lado, a murmurar "coitadinho" e a seguir viagem? Também iam lá ao pé para dizerem "não conheço" e virar as costas? Porque é que o gato merecia menos que isso? Não é um ser vivo?

Posso chocar muita gente por dizer isto, mas custa-me mais ver um bicho assim, do que uma pessoa. E o domingo passado só serviu para reforçar ainda mais a minha mentalidade. Hoje vim aqui partilhar esta história, porque precisava de desabafar. Sei que nem todos são impressionáveis como eu e que alguns vão achar que eu o devia ter deixado lá a morrer, porque era apenas um gato. Mas não podia deixar de denunciar este caso. Quem me dera saber quem fez tamanha crueldade, que já tinha feito queixa às autoridades... Seja como for, peço desculpa pelo desabafo e pelos palavrões que foram saindo...

42 comentários:

  1. Ois Sofia,

    Antes demais obrigado por aceitares o desafio de partilhar este teu desabafo aqui com a malta, penso que até te poderá ajudar a ultrapassar o inevitável trauma que toda esta situação te causou.

    É um caso que tem muito que comentar mas que no fundo remete para maus tratos dos animais e por muito que me custe dizer isto é uma gota no oceano, muitas são as situações de maus tratos de animais que nos deixam em estado de choque acredita e penso que sabes bem disso, até cegam animais, enfim...

    E fico contente por denunciares o caso, bem sei que este blog é mais direccionado para livros, mas penso que este tipo de mensagem são úteis não só como mais valia mas no caso como um exemplo de coragem e foi o que tiveste, pode ter sido muito duro e violento o que fizeste mas fizeste o que estava certo acredita.

    E chegamos ao ponto que até ir ao veterinário é mais barato em Espanha e sim o veterinário também ganha a vida, mas é também um ser humano obvio que o teu gesto o abalou, vergo-me e reconheço é um senhor ;)

    Só de pensar que tenho um gato que nos trás tanta alegria lá em casa e que foi apanhado de pequenino, mas ali foi abandono, pois o animal era bem tratado, lá está os animais quando são pequenos são muito queridos crescem e deixam de ser giros é a realidade :(

    Vá toca a ter coragem e pensar fizeste o que estava certo ;)

    Bjs

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    1. Ai Fiacha, não imaginas o que me custou escrever esta mensagem. Só queria esquecer o assunto, porque só de pensar fico triste. Tudo o que vi, desde o proprio gato às atitudes das pessoas, ficou bem gravado na minha memória e está a custar a aliviar a dor que senti.

      É realmente uma gota num oceano, bem sei. Já vi e ouvi coisas muito piores! E tudo isto me deixa muito abalada. Serei demasiado sensível no que toca aos animais? À minima coisa já estou com a lágrima ao canto do olho. Ou serão os outros que são desumanos?

      Bem sei que os acidentes acontecem e também já me aconteceu ir a conduzir e ter que travar bruscamente para não atropelar nenhum animal que se atravessa na estrada. Mas custa assim tanto parar e fazer alguma coisa??

      O veterinário é impecável. Tem dois gatos no consultório que eram abandonados e ele acolheu-os. Um dele também foi atropelado e ele cuidou do bicho. Por isso estás a ver... É uma excelente pessoa.

      Fico muito feliz por saber que o teu gato também foi adoptado nessas circunstâncias. Só mostra que vocês são boas pessoas. Os meus 5 (e mais 3 que tive e que já morreram), todos eles têm uma história de maus tratos antes de virem cá parar a casa. Até os meus cães. Como vês, a minha casa é um jardim zológico, mas ficamos felizes por saber que fizemos alguma coisa por estes animais.

      Eu sei que fiz o que estava certo e o que mais ninguém quis fazer. Não sei se diga "maldita ou bendita a hora que saí de casa". Foi uma situação revoltante...

      beijinhos

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    2. Bem estou de saida e não vou conseguir comentar tudo agora, mas acredito que penses de forma normal, mas desengana-te há muita crueldade com os animais e não estranho as pessoas terem este tipo de atitudes. Felizmente nunca tive que travar a fundo alias apareceram-me já dois caes na auto-estrada mas felizmente consegui desviar-me, e sem que ninguem me viesse a ultrapassar, mas deixou-me traumatizado :)

      Mas o que queiras mesmo é que partilhes a história dos teus animais, vamos embora que o corvo é cusco, o meu é sem duvida um animal que veio dar muita alegria à casa tivemos sorte é o que tenho a dizer ;)

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    3. Ui, isso ia ser um post grande e com direito a muita foto!!

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    4. Estás à vontade já sabes :D

      Espero que pelo menos com este desabafo já te sintas um pouco melhor e continues a pensar da mesma forma ;)

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    5. Na verdade ajudou um pouco, mas penso da mesma forma, sem dúvida

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  2. Olá Sofia

    Nem sei o que dizer, é por isto que eu desisti das pessoas.
    Aqui no meu bairro felizmente é ao contrário, os gatinhos que por aqui aparecem são todos resgatados, e os meus vizinhos tratam muito bem deles.

    Infelizmente não é essa a realidade do poveco, ah e tal é 'só' um gato morto, deixa ficar, não interessa. Esse poveco da merda tem muito que aprender. Se alguém tocar nem que seja levemente, com más intenções no meu persa morre às minhas mãos . Até já tenho um taco atrás da porta. Essa gente não tem consciência da realidade. Vou ficar por aqui , este assunto deixa- me sempre de rastos .
    Para ti Sofia bem- hajas pelo que fizeste

    Bjos
    Elsa

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    1. Olá Elsa

      Fico feliz por alguém perceber exactamente o que senti. Ainda mais feliz fico por saber que moras num bairro onde as pessoas tratam bem os animais - sem dúvida um exemplo que deveria existir em todo o lado... Somos demasiado poucos neste mundo de bárbaros (para não dizer pior...)

      Fica mal uma pessoa dizer estas coisas, mas é verdade. Desiste-se completamente das pessoas quando se vê estas coisas... E como disse lá em cima, nem consigo olhar para algumas pessoas com os mesmos olhos, depois do que me disseram naquele dia. Mais facilmente choro por um animal morto, do que por certas pessoas...

      Obrigado :)

      beijinhos

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    2. Bem eu não digo matar alguem que faça mal ao meu xaninha mas não ia gostar não :D

      E isto é como em tudo à pessoas boas e pessoas más, mas o mundo está a ficar cada vez pior, então não se espanca, viola, explora pessoas ?

      Enfim

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  3. Oh, que situação mais triste! :( Não sei o que é pior: se quem fez isso ou quem passava e não ajudava... Não sei o que faria numa dessas, pois não conseguiria passar muito tempo com o animal desse jeito - faço parte dos sensíveis demais e acabaria sei lá como. Mas ao menos chamar alguém para ajudar seria o mínimo a fazer.
    Não me espanto tanto com as reações das pessoas, pois vira e mexe aqui no Brasil sai alguma notícia de mal trato. Sinto tanto pelos bichinhos! :/

    Beijos

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    1. Bem sei que há zonas do Brasil que são um terror e não só para os animais... São situações muito tristes e complicadas, mas ficar a ver sem fazer nada, ou deixar ali a sofrer e ir à vidinha, epa não!

      Ainda houve uma pessoa que me disse que não gosta de animais. Tão simples quanto isto... Então tá, eu agora também não gosto de pessoas. Podem morrer mesmo à minha frente que eu não faço nada. E assim é que isto vai para a frente...

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    2. Verdade isto infelizmente não se passa só no nosso Portugal há países bem piores :(

      Há muita violência, mesmo nos humanos Sofia, fosse só a animais, algo que me repugna..

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    3. Eu sei... como é que se há-de tratar bem os animais se nem as pessoas se trata bem...

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  4. Olá Sofia,

    Não tenho palavras...
    Custa-me muito ver situações dessas, em que sofrimento de um animal é totalmente indiferente para as pessoas.
    Também não sei o que faria num situação dessas, mas não conseguia ficar indiferente!
    Caramba, lá por serem animais merecem respeito e serem tratados dignamente! Infelizmente há muita gente que não pensa assim...
    Sinto muito por todos esses animais...

    Obrigada por partilhares a tua história com esta tua "pequena família" :)

    Beijinhos

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    1. Olá Isaura :)

      Já fico muito satisfeita por perceber que no meio desta nossa familia, há pessoas boas e que se impressionam com o que vim contar. É sinal que ainda há pessoas boas no mundo. Poucas, mas enquanto forem poucas é sempre melhor que não haver nenhuma.

      Ficar indiferente as estas situações é que não. Gosto de pensar que se fosse eu ali, caida no meio da estrada a esvair-me em sangue, alguém me ajudaria. Não se limitavam a passar e a murmurar "coitadinha", seguindo em frente. Então porque não fazer o mesmo com um animal?

      beijinhos

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    2. Choca mas infelizmente é uma atitude que vem aumentando, triste :(

      Por isso é que admiro imenso muita gente que trabalha nos canis e que tratam de animais abandonados / mal tratados imagino o que essas pessoas devem sofrer por ver tanta crueldade....

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    3. E as dificuldades que esses canis passam só para terem comida a dar aos animais? Lembro-me do de évora. Não era o canil municipal, era mesmo uma associação que recolhia animais abandonados. Andavam sempre à procura de ajudas monetárias e havia pessoas que de vem em quando lá iam levar sacas de comida

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    4. E infelizmente cada vez vai tendo mais animais abandonados, eu nem imagino a crueldade, será que a pessoa que o faz não tem sentimentos ? E o sofrimento dos animais ? Enfim

      O que vale é que depois temos estes verdadeiros bombeiros :)

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  5. Olá,
    Bem não me vou estender muito pois estou em épocas de exame e sei que me poderia prolongar muito neste assunto mas não posso. Só quero dizer que tu és daquelas poucas pessoas que são espectaculares :D, também tenho um gato, que foi apanhado da rua e se lá ficasse a morte era certa, e custa-me bastante ver como é que existe pessoas com essa enormidade de desprezo pela vida alheia. Tenho é pena de ter uma casa pequena pois assim só posso ter um animal, mas prontos.

    Grande Abraço!

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    1. Olá Luis,

      Mesmo tendo uma casa pequena, fizeste uma boa acção. Se voltasses a ver um animal nessas condições, se calhar pensavas "onde cabe um, cabem dois" e nem te lembravas mais do resto. O que importa é ajudar... Se hoje em dia há desprezo pela vida de algumas pessoas, como podemos esperar que não se faça o mesmo aos animais? É triste, muito triste e dá-me vontade de não querer viver mais neste mundo...

      beijinhos!

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    2. Faço minhas as palavras do Luis e até estamos em situação idêntica, também tenho um gatinho que foi abandonado, hoje é rei :D

      Boa sorte para os exames ;)

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  6. Estou oficialmente enojada. Há pessoas que são um nojo :/

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    1. Desculpa Cata! Mas só mostras que tens coração :) Nem toda a gente tem uma coisa dessas...

      beijinhos

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    2. Pois mas há que ter esperança ainda há pessoas boas ;)

      bj

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  7. Pelo que sei, hoje em dia já se pode ir preso por mal tratar os animais. Mas pelos vistos nem assim as pessoas param e ajudam os bichos. Tenham culpa dos acidentes ou não.... Tenho muita pena que ninguém tenha visto quem foi a besta que atropelou o gato, pois eu fazia queixa sem pestanejar. Não foi fácil presenciar a cena, ainda mais dificil foi perceber que mais ninguém estava disposto a fazer nada. É triste, mas é a sociedade que temos...

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  8. Bem, Sofia!! Eu cresci num mundo em que não se dá grande valor aos animais, então isso de olhar e seguir em frente não me escandaliza nada, é o país que temos, as pessoas que temos. Algumas fizeram-no por "medo" de sujar as mãos, outras porque não tinham tempo para fazer o que era certo. Não importa. A minha maneira de ser tem uma grande tendência para não apontar o dedo aos comportamentos dos outros, para mim é banalidade e cada um sabe de si. Prefiro antes fazer uma vénia às pessoas que, realmente, agem ao contrário da maioria e demonstram ter um coração enorme. Provavelmente tinhas a disponibilidade que outras pessoas não tiveram. E um carinho incrível para com os animais. Sempre que vejo um animal morto na estrada faz-me uma confusão enorme. É avassalador ver criaturas tão pequenas e indefesas completamente trucidadas e se calhar quem as levou à frente nem parou. :/
    Foste uma senhora. :) Fizeste o que era certo e é isso que tens de pensar.

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    1. Olha que não, pois enquanto estive de roda do gato, à espera que algum veterinário me atendesse o telefone, houve pessoas que nunca sairam do pé de mim. Só que se limitaram a dizer-me para o deixar ali porque ele ia morrer. Por isso não foi falta de disponibilidade. Talvez tenha sido falta de bom senso, falta de coração. Eu sei que cada um é como é mas há coisas que me custam. Acabas por te contradizer um bocadinho, porque se realmente não te escandalizasse, não te fazia impressão ver os bichos mortos na estrada. Até podes ter sido educado num ambiente em que não se dê tanto valor aos animais, mas se há coisas que te fazem confusão, não deves ser assim tão indiferente como dizes...

      beijinhos

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    2. Por não me escandalizar não significa que seja indiferente. Apenas já estou habituado a que as pessoas tenham esse tipo de comportamento passivo. Muito sinceramente eu não sei o que faria nessa situação. Já parei para ajudar um pássaro ferido, mas também já passei por um cão e não fiz nada.
      Nós podemos criticar os comportamentos dos outros mas às vezes na hora em que devemos agir somos um pouco cobardes ou temos a cabeça cheia com outras preocupações. E aqueles seres sem maldade ali a sofrer, é repugnante o quanto o ser humano só pensa nele, felizmente há pessoas como tu. E isso de ficarem lá e dizerem para o deixares nem merece comentários mas enfim. Também podiam ter medo que apanhasses uma doença do gato ou algo assim.

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    3. Porque na realidade há muito boa gente que diz que fazia isto e aquilo e na hora H poem o rabinho entre as pernas. As pessoas não são monstros horríveis, têm defeitos e virtudes como também têm horas, horas em que estão propensas a actuar e outras vezes não. É claro que dizerem-te que não gostam de animais e que devias deixar o gato para morrer é cruel, como também é atropelar um animal e ir embora. Mas não me surpreende, vivemos cada vez mais num mundo em que só importa alimentar os próprios egos. E há pessoas muito estúpidas.

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    4. Há de tudo um pouco.

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    5. Ois Nuno,

      Por muito que me custe em muito que dizes tens toda a razão, na hora da verdade raros são os que agem como a nossa amiga Sofia, infelizmente ;)

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    6. Eu percebo o que estas a dizer e tens razão. Não posso julgar os outros, mas o que me irritou foi estar rodeada de pessoas que se dizem amigas dos animais e foi como se viu... Infelizmente neste caso surpreendeu-me bastante estas atitudes, pela negativa, claro. Mas há pessoas estupidas, mesmo...

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    7. Mesmo, mas cada vez mais, olha... as acções ficam para quem as pratica.

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  9. Olá Fiacha e Sofia,

    é, sem dúvida, aviltante as coisas horrendas que o ser humano consegue fazer. Quando assim é deixa de ser um ser humano e passa a ser escumalha, o mais vil dos animais.

    E quem faz estes crimes devia ser culpado. Quem não tem inteligência para ter animais, não devia de os ter.

    Fizeste muito bem em escrever este texto. É um depoimento muito sentido e muito forte.

    Beijinhos

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    1. Obrigado Miss Lamora,

      Custou-me bastante a escrever e ainda tenho tudo fresco na memória, mas fez-me bem desabafar. Neste caso acho que gato não tinha mesmo dono, mas ainda assim, ninguém queria ajudar. Mas também conheço muita gente que devia ser proibida de ter animais.... Só tenho pena de não saber quem atropelou o gato senão tinha recorrido às autoridades.

      beijinhos

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  10. Ois Vanda ;)

    Ui ui muito mesmo, então não se mata humanos a torto e a direito e não se maltrata pessoas, não se mutila e por ai fora ?

    Este infelizmente é apenas uma gota no oceano há ai muito crueldade pelo mundo fora, nada como lutar para se mudar mentalidades ;)

    Quanto à revolta da Sofia, mais que justa, a atitude de louvar e um exemplo a seguir...espero que ao menos se sinta melhor por deitar cá para fora este desabafo :)

    Bjs

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  11. Nem mais, ainda ontem e antes desta mensagem partilhei uma foto, no facebook de um cão que o cegaram, lindo o animal acredita, mas qual o sentido disto ? Fazer o animal sofrer ?

    É o que digo tudo isto é uma gota no oceano, no fundo o animal até foi atropelado, mas casos há de tratarem mal os animais, ainda consegue ser mais revoltante :(

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  12. Olá. Toda a vida tive gatos e o pior momento, dim, o mais doloroso é quando temos de os abater por estarem em sofrimento com doenças terminais. Cancro. Em todos eles. E no último caso uma colite viral irreversível com diarreia constante, durante meses e meses que transformou a pobre da gata num esqueleto vivo. A de isão final é sempre terrivel, mas teve de ser. E já eram todos gatos idosos. Enfim, com mais de quinze anos, mas até podiam ter vivido mais. Tenho saudades deles todos. Mas agora fiz uma pausa.

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    1. Ai como te compreendo... Só tive um gato (o primeiro a vir cá para casa) que não teve que ser abatido. Morreu velhinho e a única coisa que notávamos era a falta de apetite nos ultimos tempos. Se aquele gato adorava peixe, não largava a cozinha enquanto não ocozinhávamos e lhe dávamos um pouco e para o fim, já nem isso lhe dava apetite. Até agora tive que abater duas gatas, com os ditos cancros. A porra das pílulas é o que dá... A primeira, era a menina dos meus olhos, estava sempre onde eu estivesse, ainda a operámos duas vezes. A primeira para tirar um tumor pequeno que apareceu e, meses mais tarde tiraram a cadeia mamária. Mas o veterinário que a operou avisou logo que se ela vivesse mais dois ou tres meses, já era muito tempo para ela. Viveu mais dois anos, o que foi uma grande vitória, mas não sujeito mais nenhum a tal operação com uma recuperação tão dolorosa. Custa muito, mas é preferivel decidir abater (desde que não se possa fazer mais nada, claro) do que deixá-los a sofrer... Como os meus animais vieram todos da rua, já levo o consolo de lhes ter dado uma vida de reis e rainhas onde não lhes faltou nada.

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  13. Olá Sofia
    Tiveste um gesto muito nobre. Muitos parabéns. Ainda bem que existem pessoas que amam os animais como iguais.

    Eu também tive sempre animais até me casar. Aliás cresci com gatos e cães. Os meus pais também tiveram cabras, galinhas, penso que perus, patos, coelhos...Portanto fui muito muito feliz na minha infância. Desde cedo que aprendi a lidar com animais. Houve uma fase em que deixou de haver gatos porque a minha mãe estava farta deles mas, não era a mesma coisa. Até eu voltei a trazer estes bichinhos para as nossas vidas. Os meus gatos foram todos resgatados da rua. Talvez resgatados não é a palavra correcta porque eles sempre tiveram liberdade para andar na rua. Não eram gatos de estar em casa o tempo todo. Acho que eram muito felizes porque não estavam fechados e tinham liberdade. Mas estavam sempre presentes para a refeição e para mimos.

    Sempre tive queda para gatos pretos. E tive alguns. O Pitó e a Bichana. O Pitó apanhei da berma da estrada e a Bichana era de uma velhota que foi para um lar e um dia me apareceu a porta e por lá ficou. Tenho tantas memórias de tantos gatos que me apareceram a porta. Se fosse a contar dava um grande testamento. Só vou dizer que quando tinha 18 anos tinha tantos arranhões nas mãos que parecia uma pedinte. E não era só arranhões de gatos era de silvas por causa deles. A filha da mãe da Bichana ia parir os gatos aonde bem ao diabo lembra.

    Compreendo a tua revolta. A mentalidade portuguesa ainda é um pouco tacanha no que toca a animais. Nem imaginam o quanto eles nos dão.
    Ah a minha mãe também me dizia -gostas mais de gatos que das pessoas. Sim gosto muito de gatos aliás gosto muito de animais. Estar rodeado por eles é o meu mundo. E o meu filho também já tem muita admiração. O que é bom. Quem não gosta de animais não gosta de ninguém.
    Beijinhos

    Ah Fiacha a minha última gata (Milu) era igualzinha a tua.

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    1. Olá Luisa!

      Bem, conseguiste por-me um sorriso nos lábios enquanto lia o teu comentário. Sinto o mesmo que tu, no que toca a estar rodeada de animais. Em pequena ia muitas vezes para casa ds meus avós, no campo, e andava sempre de brincadeira com os cães e os gatos. Aúltima casa que tive em Évora, nos meus tempos de estudante, era um anexo de uma quinta. O que eu adorava abrir as janelas enquanto estudava e ter o som das galinhas e dos patos como fundo. Era engraçado, até porque os patos andavam sempre em grupo, de um lado para o outro, e tinham um ar um bocado mafioso, como se andassem a tramar alguma. A sério!!

      Fui eu que trouxe o primeiro gato cá para casa. Era o Poupinhas. Alguém pos um papel no infantário a dar gatos e eu pedi logo um. Foi o único que veio para cá pré-meditado. Os outros são todos de rua e vieram de formas diferentes mas cá foram ficando. No total já cá passaram 8 gatos (3 dos quais já morreram) e 3 cães... Não saem à rua (só os cães, claro!), por causa da estrada, mas adoram ir para o terraço apanhar sol neste dias bons.

      Tens toda a razão, as pessoas nem imaginam o que ganham com os animais. Pode soar a cliché, mas é verdade que são realmente os nossos melhores amigos. E se não gostam de alguém não se fazem de amigos, ponto final. Também me dizem muito isso de eu gostar mais dos gatos do que das pessoas. Mas azar, eles merecem mais do que algumas pessoas. Nunca tinha pensado nisso, mas também é verdade: quem não gosta de animais, não gosta de ninguém... Concordo plenamente :)

      beijinhos

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  14. Para não parecer estranho a liberdade dos meus cães e gatos a casa dos meus pais é numa rua sem saída. Portanto só as pessoas que lá moram e não são muitas é que lá passam. Daí a liberdade.

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