Sinopse:
Esta é a história da aventura de um Baggins, que deu consigo a fazer e a dizer coisas completamente impensáveis…
Bilbo Baggins é um hobbit que desfruta de uma vida confortável e sem qualquer ambição. Ele raramente se aventura em viagens, não indo mais longe do que até à dispensa de sua casa, no Fundo do Saco. Mas este conforto será perturbado por Gandalf, o feiticeiro, e por um grupo de treze anões, que num belo dia chegam para o levar numa viagem «de ida e volta». Eles têm um plano para pilhar o espantoso tesouro de Smaug, o Magnífico, um dragão enorme e extremamente perigoso. Encontros inesperados com elfos, gnomos e aranhas gigantes, um dragão que fala, e ainda a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos, são apenas algumas das experiências por que Bilbo passará.
"O Hobbit" é o prelúdio de "O Senhor dos Anéis" e já vendeu milhões de cópias desde a sua publicação, em 1937. É claramente um dos livros mais amados e influentes do século XX.
«Uma obra-prima incomparável.»
The Times
Por curioso que pareça aquilo que sempre critiquei em Tolkien, ser muito descritivo, neste livro não acontece e acaba por ser uma leitura muito mais agradável, para mim, embora reconheça que não tem a grandeza do que se segue, mas isso fica para mais à frente.
Quanto ao livro, que tive o prazer de ler em leitura conjunta, gostei bastante, embora tenha tido um arranque algo fraco, pois de inicio pensei que cada vez que o grupo se mete-se numa "alhada" estaria lá Gandalf para os salvar, foi com contentamento (embora tenha sido sempre uma mais valia o seu aparecimento ao longo do livro) que o vi sair de cena, perto da Floresta Tenebrosa, ficando assim os 13 anões e o nosso amigo Bilbo sozinhos para prosseguirem a sua demanda e foi o que fizeram.
Não vou estar agora a descrever ao pormenor cada dificuldade passada, mas nunca pensei vir a gostar tanto de Bilbo, mostrou ser um Hobbit à altura dos acontecimentos, por vezes bafejado pela sorte, outras vezes devido à astucia e agilidade, o que é verdade é que mostrou que Gandalf fez a escolha certa para acompanhar os anões na sua Demanda.
Não esperava é que Smaug tivesse tão pouco tempo de antena, mas ainda assim foi dos dragões que mais gostei de conhecer em vários livros que li da fantasia, excelente.
Agora o que não estava preparado era para um final tão bom de livro, algo que aconteceu na 3ª fase da leitura conjunta, tudo bem planeado, bem descrito e sem demoras e com diálogos geniais antes de tudo acontecer. Adorei o diálogo de Thorin no leito da sua morte para com Bilbo:
"Há mais de bom em vós do que sabeis, filho do género Ocidente. Alguma coragem e alguma sabedoria, misturadas na devida quantidade. Se mais de nós apreciássemos comida, alegria e canções acima de ouro entesourado, o mundo seria mais alegre...."
"Há mais de bom em vós do que sabeis, filho do género Ocidente. Alguma coragem e alguma sabedoria, misturadas na devida quantidade. Se mais de nós apreciássemos comida, alegria e canções acima de ouro entesourado, o mundo seria mais alegre...."
Pena ainda que Gollun tivesse aparecido tão pouco, mas isso acabamos por ser recompensados nos livros seguintes.
E isso é que me leva a partilhar alguma informação adicional, para se perceber que foi a partir deste livro que o escritor criou algo tão genial que foi a trilogia do senhor dos anéis, essa sim uma trilogia muito superior e com muito mais qualidade, impressionante ver que com base neste livro o que o escritor criou....o que mais me surpreende neste livro ;)
“Num buraco no chão vivia um hobbit"
A ideia de seu primeiro grande sucesso, O Hobbit, surgiu em 1928, enquanto Tolkien examinava documentos de alunos que queriam ingressar na Universidade e Tolkien contou que um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão vivia um hobbit, não sabia e não sei por quê.
— Tolkien
Foi a partir desta frase que ele começou a escrever O Hobbit, somente dois anos depois, mas o abandonou a meio.
Tolkien emprestou o manuscrito incompleto para a Reverenda Madre de Cherwell Edge na época, quando esta estava doente, e ele foi visto por Susan Dagnall, uma bacharel de Oxford , que trabalhava para Allen & Unwin (comprada em 1990 pela Editora Harper Collins) e analisado depois por Rayner Unwin (filho de Stanley Unwin, fundador da Allen & Unwin, na época com 10 anos de idade) que ficou maravilhado com a história. Dagnall ficou tão encantada com o material que encorajou Tolkien para que ele terminasse o livro, e em 1937 é publicada a primeira edição de O Hobbit.
A saga do hobbit Bilbo – um ser baixo, pacato, de pés peludos e grandes, que se aventura na Terra Média ao lado do mago Gandalf e mais treze anões – teve tanto sucesso que Tolkien foi sondado para novas aventuras. Tolkien oferece O Silmarillion, que ele considerava a sua principal obra, pese embora o fato de que, mesmo hoje, não seja a mais conhecida. Stanley Unwin preferiu não arriscar e não publicou a obra. Mesmo depois da recusa, Tolkien concordou em continuar a saga dos hobbits e começa a dar forma a uma nova obra, que lhe consumiu doze anos de trabalho desde os primeiros rascunhos até a sua conclusão, mas que o tornaria um dos mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.
O elo para a nova aventura surge no Anel que Bilbo rouba de Gollum em O Hobbit. Os primeiros rascunhos da obra datam de 1937, mas devido ao seu perfeccionismo, que o impelia a ter de fazer vários rascunhos para cada uma de suas obras, foi somente em 1949 que O Senhor dos Anéis foi para as mãos de sua editora. Durante este longo tempo, Tolkien também escreveu Leaf by Niggle em que o autor se manifesta de forma autobiográfica, projetando-se em Niggle, com suas dúvidas sobre o trabalho que estava escrevendo, "O Senhor dos Anéis", e sua relevância. Esse livro consolidava então o que Tolkien chamava de Mundo Secundário, com novas normas, novos povos, uma realidade à parte: Arda, o cenário de uma das maiores obras literárias de todos os tempos. "Arda" é a Terra, povoada por seres fantásticos, como os Valar, os Maiar, e os mais conhecidos, hobbits, elfos, anões, trolls, orcs e cercada de mistérios e magia:
[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele relatar é "verdade": está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro.
Fonte e mais informações aqui:
Livro 7 de 2013 - (Inglaterra) - 9/10